sábado, 1 de abril de 2017

Manifestação de mais de 30 mil pessoas em Natal encerra as “lutas de março”

A odontóloga Neuma Oliveira, 54, é funcionária pública da Prefeitura de Natal. O professor Pedro Gustavo, 23, leciona nas séries iniciais da rede municipal de ensino. A jovem Janine Marimbondo, 22, é formada em dança. Nesta sexta-feira (31), essas três pessoas, com origens, histórias e perfis diferentes, tinham um objetivo em comum: a luta contra a Reforma da Previdência (PEC 287) defendida pelo governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).

As vozes de Neuma, Pedro e Janine se somaram a uma multidão de mais de 30 mil pessoas que ocuparam as ruas de Natal, segundo estimativa das entidades organizadoras da manifestação, no final da tarde de hoje, em protesto contra as mudanças na aposentadoria dos brasileiros, a reforma das leis trabalhistas e a aprovação da terceirização indiscriminada. O ato público teve início em frente ao IFRN Central, depois saiu em caminhada pela Avenida Sen. Salgado Filho, seguiu pela BR 101 e terminou na Praça da Árvore de Mirassol.

Para Neuma, a reforma “retira direitos conquistados há anos”. Por isso, ela acredita que é preciso “ocupar as ruas” para impedir esse retrocesso. “Não sei se eu serei afetada diretamente, porque me aposentaria no próximo ano, mas tenho dois filhos jovens, que nem entraram no mercado de trabalho ainda e, com certeza, vão ser afetados por essa reforma”.
Neuma acredita que a juventude, principalmente, deve protagonizar a luta contra a Reforma da Previdência. “Temos que ir pra rua. Não tem outra saída”.
O jovem professor Pedro Gustavo concorda com Neuma. “A retórica de que o jovem não precisa se preocupar com a reforma é falsa, porque um dia vamos precisar nos aposentar. A gente tem que pensar no futuro enquanto trabalhador”, alertou.

A saída para derrotar essa ameaça iminente ao nosso direito à aposentadoria? Pedro mais uma vez corrobora com Neuma: “Temos que ocupar as ruas, lutar contra esse governo Temer e cobrar de deputados e senadores golpistas que votem contra essa reforma”.
Janine classificou a reforma como “inconstitucional”, porque, segundo ela, “prejudica o trabalhador brasileiro, principalmente as mulheres, que têm dupla jornada de trabalho, às vezes até tripla”.
Ela, porém, vai além. A PEC 287, em sua opinião, é uma medida machista, assim como foi o “golpe contra a presidenta Dilma Rousseff”.
“Na real, todo esse golpe foi misógino, machista. Nós mulheres vamos ser extremamente prejudicadas, principalmente as mulheres do campo. Não é só a reforma que é machista. Esse governo é machista. Temos que ir pras ruas e gritar ‘Fora, Temer’“.

O ato desta sexta-feira foi uma das maiores manifestações políticas realizadas em Natal, com a participação de todas as centrais, sindicatos de diversas categorias, movimentos sociais do campo e da cidade, estudantes secundaristas e universitários, juventudes partidárias e militância dos partidos de esquerda, entre os quais o PT.
A manifestação encerra um mês de retomada dos grandes protestos populares em Natal. Primeiro, as mulheres ocuparam as ruas no 8 de Março. Depois, no dia 15, aconteceu o Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência. Hoje, novamente, o povo deu seu recado.
O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) não participou do ato em Natal porque estava travando a luta contra a PEC 287 no interior do RN. Nesta semana, ele já passou por Currais Novos, Caicó, Caraúbas e Mossoró. Em todas, debateu com a sociedade sobre os efeitos nocivos do conjunto de projetos defendidos pelo governo de Michel Temer.
Fotos: Mario Takeya.
Fonte: Mineiropt.com.br

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