segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Na contramão de Bolsonaro, maioria dos brasileiros quer proibição da posse de arma de fogo

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (31) aponta que a maioria dos brasileiros quer a proibição da posse de arma de fogo no país, indo na contramão de uma das principais propostas defendidas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
De acordo com o levantamento, o número de pessoas contrárias à liberação da posse aumentou desde outubro, quando foi realizada a última pesquisa do instituto: à época, quando o assunto estava em voga durante a campanha presidencial, 55% da população se dizia contra a liberação das armas. Este número agora é de 61%.
Os novos dados vêm apenas três dias após Bolsonaro anunciar que baixaria um decreto para facilitar a posse de arma, flexibilizando o Estatuto do Desarmamento.
A pesquisa Datafolha mostrou ainda que o número de brasileiros favoráveis à posse de arma de fogo diminuiu de 41% em outubro para 37% em dezembro.
Recortes 
O estudo divulgado nesta segunda-feira (31) apresenta ainda recortes de gênero, educacional, social e de região.
Segundo o Datafolha, mulheres representam a maior rejeição com relação à posse de armas: 71%. Entre os homens, 51% são contrários à liberação.
No recorte educacional, os números são: 41% dos entrevistados com ensino superior são favoráveis à posse, ao passo que o índice é de 34% entre os que têm somente o ensino fundamental.
Os mais ricos, de acordo com a pesquisa, tendem a ser mais favoráveis à posse de arma de fogo. Entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos, 32% defendem a posse de armas. Já entre pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos, esse percentual sobe para 54%.
Com relação à região, o Nordeste representa a maior rejeição à posse: apenas 32% a favor da liberação de armas. No Sul, este número salta para 47%.
Campeão mundial 
Mesmo com as restrições impostas pelo Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003 no primeiro mandato do ex-presidente Lula, o Brasil é, atualmente, o país onde mais pessoas são mortas por arma de fogo.
De acordo com um estudo da Global Burden Disease, órgão da Organização Mundial da Saúde, somente em 2016 43,2 mil pessoas morreram vítimas de disparo de armas no país – número maior até mesmo que nos Estados Unidos, onde as restrições para a compra de armas são menores.
Fonte: Revista Fórum

Homem que espancou idoso no Recife em vídeo que viralizou é evangélico, bolsonarista e já foi preso


Um vídeo postado nas redes sociais na manhã de sábado, dia 29, por volta das 10h17 min, deixou a população pernambucana revoltada.
Câmeras de segurança de prédios da Rua Amazonas, no bairro do Pina, no Recife, registraram o momento em que o idoso William José de Souza, de 61 anos, foi espancado por Bruno Nunes Elihimas.
A vítima perdeu dentes e foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, mas, devido à gravidade das lesões, seguiu para o Hospital da Restauração (HR).
Bruno, de 35 anos, já foi preso por receptação de carro roubado e venda de anabolizantes, chegando a ser conduzido ao Centro de Observação e Triagem Everardo Luna, COTEL, em Abreu e Lima, mas teve alvará de soltura por liberdade provisória.
Nas redes sociais, Bruno fez campanha para Bolsonaro e aparece se batizado por um pastor evangélico.

Um típico cidadão de bem.
Fonte: Diário do Centro do Mundo (DCM)

domingo, 30 de dezembro de 2018

JOSIAS DE SOUZA: BAIXARIAS DE BOLSONARO SÃO DIVULGADAS PELO PRÓPRIO FILHO

O jornalista Josias de Souza comentou em sua coluna  sobre um vídeo divulgado pelo próprio filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, nas redes sociais, onde o pai dispara ataques aos direitos humanos, além de estimular a violência. "Não foi ninguém da oposição. Foi o vereador Carlos Bolsonaro, chamado pelo pai-presidente de "meu pitbull", quem difundiu nas redes sociais vídeo com uma coletânea de baixarias pronunciadas por Jair Bolsonaro", relata o jornalista. 
Segundo aponta o jornalista, "Carlos Bolsonaro, o 'Zero Dois' da linhagem do capitão, trombeteou o vídeo no contexto do anúncio feito pelo pai, também nas redes sociais, de que garantirá por decreto "a posse de arma de fogo para cidadãos sem antecedentes criminais."
Josias de Souza segue expondo o conteúdo do vídeo. "O fundo musical da peça é Tropa de Elite. 'Se matar alguém, foda-se', diz Jair Bolsonaro ao discorrer sobre a atividade policial. Ao comentar o ambiente inóspito das cadeias, ele pontificou: 'É só você não estuprar, não sequestrar, não praticar latrocínio que você não vai pra lá, porra!'. 
"Numa cena na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Bolsonaro ralhou: 'Os senhores não estão preocupados com segurança pública, agindo como mocinhas, como maricas'. Noutro trecho, defendeu que policiais devem passar bandidos nas armas. 'Ah, atirou com a intenção de matar. É lógico que atirou com intenção de matar, porra. Ele tá com o fuzil na mão! É pra fazer carinho?'", reproduz o jornalista 

Ele faz um alerta final em seu artigo: "Dentro de poucas horas, o autor dos comentários vestirá a faixa de presidente da República"
Fonte: Brasil 247

sábado, 29 de dezembro de 2018

Entenda por que PT, PSOL e PCdoB não participarão de posse de Bolsonaro

O PT e o PSOL emitiram notas, nesta sexta-feira (28), comunicando que não participarão da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, no Congresso Nacional em 1º de janeiro. O PCdoB não emitiu comunicado oficial, mas a deputada Jandira Feghali confirmou ao jornal O Estado de São Paulo que a bancada do partido dela não comparecerá
Embora afirmem respeitar o resultado legítimo das eleições, os líderes do PT e PSOL entendem que o boicote é “ato de resistência e protesto político”.
Alguns jornalistas da grande imprensa condenaram a ação dos partidos. Maria Cristina Fernandes escreveu, no Valor, que o PT “se ausenta de uma missão constitucional a ser exercida em nome do povo brasileiro e não do governo eleito”.
Mas por que PT, PSOL e PCdoB não estarão na posse de Bolsonaro?
Partido dos Trabalhadores


Para o PT, as bancadas de vereadores e senadores não estarão presentes à cerimônia de posse do novo presidente por não compactuar “com discursos e ações que estimulam o ódioa intolerância e a discriminação. E não aceitamos que tais práticas sejam naturalizadas como instrumento da disputa política.”

A nota afirma ainda que “o ódio do presidente eleito contra o PT, os movimentos populares e o ex-presidente Lula é expressão de um projeto que, tomando de assalto as instituições, pretende impor um Estado policial e rasgar as conquistas históricas do povo brasileiro.”
E que “o resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de retrocessos civilizatórios.”
“Temos compromisso com o voto, mas não com a utilização dele pra odiar, exterminar, excluir direitos do povo”, tuitou a presidenta do partido, Gleisi Hoffman.
PSOL
Já a executiva do PSOL escreve que, além de ser um ato formal da Justiça Eleitoral, a posse de um presidente é um momento de festa. “Mas para o PSOL não há nada a comemorar.”
O partido afirma que será resistência desde o 1º dia do governo Bolsonaro, nas ruas e no parlamento, já que “o governo que se iniciará no próximo dia 1º tem como princípios o ódio, o preconceito, a intolerância e a violência.”
A nota do PSol explica ademais que “é sempre bom lembrar que tramita contra Bolsonaro na Justiça Eleitoral ação que pede a cassação de sua chapa. Os crimes eleitorais dos quais é acusado – dentre eles, uso de recursos empresariais para disseminação de mentiras em massa via redes sociais – precisam ser investigados. Sua vitória, além de se assentar no medo e na desilusão com o sistema político brasileiro, também se deve à fraude promovida pelas mentiras disseminadas contra seus adversários.” 
PCdoB


Embora o PCdoB não tenha divulgado nota oficial explicando os motivos de não comparecer à posse, a deputada Jandira Feghali disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a decisão é política. 

Segundo Feghali, os parlamentares do PCdoB devem prestigiar a festa dos governadores eleitos que tomam posse no mesmo dia. São eles Flávio Dino, no Maranhão, e os vice-governadores Luciana Santos, no Pernambuco e Antenor Roberto, no Rio Grande do Norte. 
Confira a íntegra das notas do PT e PSOL:
Comunicado: PT não participará da posse de Bolsonaro no Congresso
O Partido dos Trabalhadores nasceu na luta da sociedade brasileira pelo restabelecimento da democracia, em 1980. Em quase quatro décadas de existência, o PT sempre reconheceu a legitimidade das instituições democráticas e atuou dentro dos marcos do Estado de Direito; combinando esta atuação com nossa presença nas ruas e nos movimentos sociais, aprofundando a participação da sociedade na democracia.
Participamos das eleições presidenciais no pressuposto de que o resultado das urnas deve ser respeitado, como sempre fizemos desde 1989, vencendo ou não. Mantemos o compromisso histórico com o voto popular, mas isso não nos impede de denunciar que a lisura do processo eleitoral de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad.
O devido respeito à Constituição também torna obrigatórios a denúncia e o protesto contra as ameaças do futuro governo de destruir por completo a ordem democrática e o Estado de Direito no Brasil. Da mesma forma denunciamos o aprofundamento das políticas entreguistas e ultraliberais do atual governo, o desmonte das políticas sociais e a revogação já anunciada de históricos direitos trabalhistas.
O resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de retrocessos civilizatórios.
O ódio do presidente eleito contra o PT, os movimentos populares e o ex-presidente Lula é expressão de um projeto que, tomando de assalto as instituições, pretende impor um Estado policial e rasgar as conquistas históricas do povo brasileiro.
Não compactuamos com discursos e ações que estimulam o ódio, a intolerância e a discriminação. E não aceitamos que tais práticas sejam naturalizadas como instrumento da disputa política. Por tudo isso, as bancadas do PT não estarão presentes à cerimônia de posse do novo presidente no Congresso Nacional.
Seguiremos lutando, no Parlamento e em todos os espaços, para aperfeiçoar o sistema democrático e resistir aos setores que usam o aparato do Estado para criminalizar adversários políticos.
Fomos construídos na resistência à ditadura militar, por isso reafirmamos nosso compromisso de luta em defesa dos direitos sociais, da soberania nacional e das liberdades democráticas.
Deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara


Senador Lindbergh Farias, líder do PT no Senado

Senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT

PSOL não participará da posse de Jair Bolsonaro
Como é de praxe, a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados e seu presidente nacional foram convidados pelo Tribunal Superior Eleitoral para a posse de Jair Bolsonaro, no próximo dia 1º de janeiro, em Brasília. A posse é um ato formal da Justiça Eleitoral, mas também é um momento de festa. Mas para o PSOL não há nada a comemE
Como é de praxe, a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados e seu presidente nacional foram convidados pelo Tribunal Superior Eleitoral para a posse de Jair Bolsonaro, no próximo dia 1º de janeiro, em Brasília. A posse é um ato formal da Justiça Eleitoral, mas também é um momento de festa. Mas para o PSOL não há nada a comemorar.
O governo que se iniciará no próximo dia 1º tem como princípios o ódio, o preconceito, a intolerância e a violência. Bolsonaro e seus ministros desprezam os direitos humanos, a soberania nacional, a democracia e os direitos sociais. Defendem a criminalização dos movimentos sociais e o cerceamento à livre organização política; idolatram a natureza autoritária e criminosa da Ditadura Civil-Militar; defendem a entrega das riquezas e patrimônio nacionais aos Estados Unidos; desprezam os direitos das minorias; atacam a liberdade de imprensa e a liberdade de ensino. Bolsonaro representa o atraso em todos os sentidos. Por isso não há razão para comemorar.
Ademais, é sempre bom lembrar que tramita contra Bolsonaro na Justiça Eleitoral ação que pede a cassação de sua chapa. Os crimes eleitorais dos quais é acusado – dentre eles, uso de recursos empresariais para disseminação de mentiras em massa via redes sociais – precisam ser investigados. Sua vitória, além de se assentar no medo e na desilusão com o sistema político brasileiro, também se deve à fraude promovida pelas mentiras disseminadas contra seus adversários.
Por essas razões, o PSOL não comparecerá à posse de Jair Bolsonaro. Estaremos nas ruas, desde o primeiro dia de governo, defendendo a democracia, os direitos do povo brasileiro e a soberania nacional contra aqueles que querem fazer o Brasil retroceder a 1964. Seremos resistência, desde o primeiro dia do governo Bolsonaro, nas ruas e no parlamento, em defesa do povo brasileiro.
Executiva Nacional do PSOL
Edição: Daniela Stefano
Fonte: Brasil de Fato

BOLSONARO NÃO REVELA A CONTA MÉDICA DA 'FACADA'

A 'facada' sofrida por Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, decisiva para sua vitória eleitoral, ao criar as condições para que ele não participasse dos debates, permanece um mistério. É o que revela reportagem do jornalista Ranier Bragon, da Folha de S. Paulo, publicada neste sábado. 
"Mais de cem dias após sofrer um atentado a faca em Juiz de Fora (MG), o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), ainda não apresentou à Câmara dos Deputados um pedido de ressarcimento de gastos médicos e hospitalares com seu atendimento", informa o jornalista. "A própria equipe de Bolsonaro havia dito em setembro, dias após a tentativa de assassinato, que estava conversando com a Câmara e que iria recorrer ao reembolso a que os congressistas têm direito por eventual uso da rede privada de saúde. Pelas regras da Câmara, para receber reembolso Bolsonaro terá que apresentar uma série de documentos comprobatórios dos gastos, incluindo declaração de que os custos foram quitados por ele."
A Albert Einstein, como todos sabem, é um dos hospitais privados mais caros do Brasil, onde Bolsonaro ficou internado por quase um mês.  "A assessoria do hospital —onde o então candidato ficou internado por 23 dias— afirmou que não comenta valores ou se pronuncia sobre quem pagou os custos, por questão de sigilo dos dados do paciente", diz a reportagem.
Fonte: Brasil 247

Via Twitter, Bolsonaro diz que vai liberar porte de armas por decreto

Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter, neste sábado (29), para informar que pretende assegurar, por intermédio de um decreto, a posse de armas de fogo para pessoas sem antecedentes criminais. A posse dá direito ao cidadão de manter a arma em casa. Para sair com ela, é necessário obter autorização para o porte, de acordo com informações do G1.
A iniciativa já havia sido defendida por Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, durante reunião com todos o primeiro escalão do novo governo, na quinta-feira (27).
“Por decreto pretendemos garantir a posse de arma de fogo para o cidadão sem antecedentes criminais, bem como tornar seu registro definitivo”, disse o militar.
Em campanha, Bolsonaro havia dito que pretendia reformular o Estatuto do Desarmamento. Em declarações públicas, sempre se posicionou favorável à posse de armas de fogo para garantir o direito à legítima defesa para quem chama de “cidadão de bem”.
No entanto, ele não especificou no plano de governo ou em suas falas quais mudanças pretende fazer no Estatuto. No Twitter, Bolsonaro não deu detalhes sobre o decreto.
Estatuto hoje
Atualmente, o Estatuto do Desarmamento permite a compra e, em condições mais restritas, o porte de armas. As autorizações são concedidas pela Polícia Federal e as exigências para compra (posse) são as seguintes: ter ao menos 25 anos; ter ocupação lícita; justificar a “efetiva necessidade” de ter uma arma; não estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal; não ter antecedentes criminais nas justiças Federal, Estadual (incluindo juizados), Militar e Eleitoral; comprovar aptidão psicológica e técnica para usar arma de fogo; apresentar foto 3 x 4, cópias autenticadas ou original e cópia de RG e CPF, e comprovante de residência.
Comércio
Cerca de seis armas são vendidas por hora no mercado civil brasileiro, segundo dados do Exército obtidos via lei de acesso à informação pelo Instituto Sou da Paz. Neste ano, até 22 de agosto, tinham sido vendidas 34.731 armas no total.
O número de novas licenças para pessoas físicas, concedidas pela Polícia Federal, também cresceu: aumentou de 3.029, em 2004, para 33.031, em 2017.
Fonte: Revista Forum

Bolsofake: Jair mentiu até sobre número de ministérios

Depois de uma campanha eleitoral de notícias falsas contra opositores na internet, nas redes sociais e no Whatsapp, Jair Bolsonaro mostrou que também mentiu sobre como seu governo trataria a máquina do Estado. Ele dizia que iria “enxugar a máquina pública”, mas criou sete ministérios a mais do que se comprometeu nas eleições, muitos deles com notórios corruptos.
A proposta inicial era “cortar o número de ministérios pela metade”, conforme publicou a Reuters em junho. Depois ele fixou o número em 15, segundo noticiou o G1. Ao final da transição, ele chega a um total de 22 ministérios, cortando apenas aqueles que beneficiam o trabalhador e as populações menos favorecidas. Além de tudo isso, Bolsonaro tem pelo menos nove envolvidos ou investigados por casos de corrupção chefiando as pastas.
Empurrando suas falsas promessas eleitoreiras, agora ele fala em “funcionalidade” da Esplanada. “Não vai chegar a 20 [ministérios], não, tá? É 20 no máximo ali. Porque a gente vai vendo, por uma governabilidade até, não podemos sobrecarregar demais uma pessoa em um ministério. Então, refizemos alguma coisa”, chegou a afirmar o presidente eleito, antes de aumentar novamente o número de pastas.
Confira os nomes:
Ministério da EconomiaPaulo Guedes – o futuro ministro da Economia de Bolsonaro é investigado pelo MPF por fraudes  de até R$ 1 bilhão em negócios de fundos de pensão estatais da Caixa, Petrobras, Banco do Brasil, Correios e BNDES. O depoimento do economista foi adiado do dia 6 de novembro e ele ainda deve comparecer ao MPF. Guedes também é conhecido por ser uma ‘Chicago Boy’, grupo de economistas de ideias ultraliberais que foram aplicadas na ditadura de Pinochet no Chile e arruinaram a economia, o sistema de educação e aposentadorias do país.
Casa Civil: Onyx Lorenzoni – braço direito de Bolsonaro, o deputado será o responsável por fazer a articulação com o Congresso. Lorenzoni ficou conhecido, em 2016, por ser o relator do pacote de medidas de combate à corrupção. É aí que a casa cai. Ainda em 2016, ele pediu a punição para caixa 2, ‘sem desculpinha’, mas um ano depois, confessou ter recebido R$ 100 mil em caixa 2 da empresa JBS, envolvida na Lava Jato, para pagar dívidas da campanha eleitoral de 2014. Na época, Lorenzoni alegou que não tinha como declarar o valor no TSE. Agora, a JBS entregou uma planilha ao MPF que mostra outro repasse de caixa 2 de R$ 100 mil. Será que este ele também vai confessar?
Secretaria-Geral da presidência: Gustavo Bebianno – Advogado de formação, Gustavo Bebianno presidiu o partido de Bolsonaro, o PSL, durante a campanha eleitoral. Ao ser anunciado como o futuro ministro, Bebianno disse que sua pasta seria a responsável por tocar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado pelo golpista Michel Temer, com o objetivo de acelerar privatizações e concessões de serviços públicos, como rodovias e aeroportos.
Ministério da Saúde: Luiz Henrique Mandetta – ele é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e Caixa 2 na implementação de um sistema de informatização da Secretaria de Saúde de Campo Grande (MS), onde foi secretário. O deputado do DEM teria influenciado a contratação de empresas para o serviço, conhecido como Gisa (Gestão de Informação da Saúde), em troca de favores em campanha eleitoral. Na ação civil pública, o  Judiciário do MS mandou bloquear R$ 16 milhões de bens do deputado e dos demais envolvidos
Gabinete de Segurança Institucional: Augusto Heleno – O general da reserva já  foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por autorizar convênios ilegais que custaram R$ 22 milhões ao governo e favoreceram militares conhecidos, em 2013. Segundo o TCU, os convênios firmados por Heleno deveriam ter sido feitos por meio de licitação, o que não ocorreu. Ainda segundo o tribunal, os acordos não se justificavam porque o Exército e as entidades estavam “em desacordo com os preceitos legais e a jurisprudência” da própria Corte.  Na época, o general de Bolsonaro disse que não tinha conhecimentos necessários para impedir a realização dos convênios, ainda que fosse o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.
Ministério da JustiçaSérgio Moro – Bolsonaro chegou a dizer que Moro parecia “um jovem universitário recebendo seu diploma”. Não é para menos, afinal Moro estava recebendo sua recompensa por ter tirado o principal adversário de Bolsonaro das Eleições 2018, ao condenar Lula sem nenhuma prova. Ao longo de sua perseguição ao ex-presidente, o juiz coleciona arbitrariedades e irregularidades na condução dos processos. Moro já foi apontado, pelo Wikileaks, como um agente dos interesses dos EUA no Pré-sal.
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações: Marcos Pontes – o astronauta Marcos Pontes, futuro ministro da Ciência e Tecnologia, quer emprestar sua transcendência espacial ao governo Bolsonaro, algo como “ao infinito e além”. Se vai dar certo, ninguém sabe, mas Pontes já foi além… do Código Militar. Ao voltar do espaço, Pontes resolveu lucrar com a viagem e exerceu atividade comercial, segundo o Ministério Público Militar, o que é proibido pela legislação. Uma investigação foi aberta, mas a demora de resposta do STF fez a ação prescrever.
Ministério da Agricultura: Tereza Cristina – a deputada ruralista e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária concedeu incentivos fiscais ao grupo JBS na mesma época em que arrendava um propriedade em MS aos irmãos Joesley e Wesley Batista para a criação de bois e ocupava o cargo de secretária estadual de Desenvolvimento Agrário e Produção do estado. Cristina é ferrenha defensora dos interesses do agronegócio como o PL dos Agrotóxicos e costuma atacar políticas favoráveis aos povos indígenas, movimentos pela terra e pequenos produtores rurais. Votou a favor da MP da Grilagem e para acabar com o aviso nos alimentos transgênicos.
Ministério da Educação: Ricardo Vélez Rodríguez – A indicação de Rodríguez entra na cota de Olavo de Carvalho, mentor da extrema-direita brasileira que vive nos Estados Unidos. Compondo o exótico time bolsonarista, ele compactua com a ideia que existe um grande complô comunista no Brasil, que promove “doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista”. Ele ainda crítica a educação de gênero, que classifica como uma das “invenções deletérias em matéria pedagógica”.
Ministério das Relações Exteriores: Ernesto Fraga Araújo –  o diplomata é, talvez, o símbolo do anacronismo de um governo que nem começou, mas já promete descontrole. O futuro ministro das Relações Exteriores parece ter saído de uma distopia ficcional tanto que defende o antiglobalismo de Donald Trump e o rechaça valores considerados por ele “decadentes”, como“democracia”, “cooperação”, “tolerância” e o “politicamente correto”. Araújo afirma que o nazismo foi uma experiência socialista e que as preocupações climáticas são estratégias marxistas para favorecer a China.
Ministério do Turismo: Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) – Quando entrou na política, Marcelo Henrique Teixeira Dias adotou como sobrenome o nome do pai, o ex-deputado federal Álvaro Antônio, morto em 2003. Ele é deputado federal pelo PSL de Minas Gerais e membro da Frente Parlamentar Evangélica da Câmara. Eleito em 2014 e 2018, foi junto com a mãe o principal patrocinador das duas campanhas, com quase R$ 434 mil. 
Ministério do Desenvolvimento Social, Cultura e Esporte: Osmar Terra (MDB-RS) – Ex-ministro do Desenvolvimento Social do governo Michel Temer, Terra é deputado federal pelo MDB há cinco mandatos.  Desde 1998, Osmar Terra se candidata a deputado federal. Na campanha mais recente, neste ano, 89% dos R$ 1,678 milhão que arrecadou vieram do seu partido, o MDB. Foi sua campanha mais cara até agora. Em 2014, o futuro ministro arrecadou R$ 954 mil‚ e suas maiores doadoras foram a JBS, com R$ 200 mil, e a construtora Odebrecht, com R$ 190 mil. A Gerdau também se destaca como contribuinte relevante nas campanhas de Terra: foram R$ 142 mil em 2014 e R$ 50 mil em 2010, somando R$ 192 mil.
Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos – Pastora evangélica Damares Alves, atualmente é assessora do senador Magno Malta (PR-ES). Ela chegou a defender um projeto apelidado de “bolsa estupro”, que além de restringir os direitos da mulher em relação ao aborto, também prevê que uma pensão seja paga em casos de gravidez decorrente de estupro. Damares também é a criadora da ONG Atini, que é alvo de indigenistas e Ministério Público, acusada de tráfico e sequestro de crianças e incitação ao ódio contra indígenas.
Ministério do Meio Ambiente: Ricardo de Aquino Salles – Último integrante da Esplanada dos Ministérios a ser anunciado por Bolsonaro, em 9 de dezembro, o advogado Ricardo de Aquino Salles foi secretário de Meio Ambiente do governo de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Nesse período, Salles tentou vender 34 áreas florestais e estações experimentais de produção de madeira vinculadas ao Instituto Florestal em 2017. Ele ainda afirma que a defesa do meio ambiente “foi sequestrada pela esquerda” e promete revisar multas aplicadas pelo Ibama.
Ministério da Infraestrutura: Tarcísio Gomes de Freitas – Ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Tarcísio já mostrou a que veio: acelerar o processo de privatizações. Em entrevista ao jornal Valor, ele anunciou que pretende privatizar todos os aeroportos da Infraero. “Vamos prosseguir com a quinta rodada, onde temos 12 aeroportos em três blocos. E a ideia é continuar fazendo licitações por blocos até licitar a rede Infraero inteira”, disse.
Ministério do Desenvolvimento Regional: Gustavo Henrique Canuto – Ele irá chefiar uma fusão dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional, sendo que atualmente canuto já é secretário executivo deste último, mostrando que Bolsonaro irá dar continuidade a diversas políticas do governo golpista de Temer.
Ministro da Defesa: Fernando Azevedo e Silva – Azevedo e Silva foi chefe do Estado-Maior do Exército e passou para a reserva neste ano. Atualmente, o general assessora o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Ele vai suceder no cargo o também general da reserva do Exército Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a comandar a pasta desde sua criação, em 1999.
Ministro da Transparência: Wagner do Rosário – Atual ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) do golpista Michel Temer, Rosário dará continuidade ao esvaziamento do órgão, iniciado em 2016 pelo ilegítimo. No cargo desde maio de 2017, Rosário, que é servidor de carreira e ex-capitão do Exército, assumiu interinamente o Ministério da Transparência para substituir Torquato Jardim, que foi para o Ministério da Justiça. Antes, ele ocupava a secretaria executiva da pasta.
Ministério de Minas e Energia: Bento Costa Lima Leite – A indicação foi feita diretamente por Bolsonaro. Bento Costa é militar da Marinha, e ocupa o posto de Almirante de Esquadra. Hoje, Costa é diretor-geral de desenvolvimento nuclear e tecnológico da força. Em seu último cargo antes de ser indicado ministro, Bento esteve à frente do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e o Programa Nuclear da Marinha (PNM).
Secretaria de Governo: Carlos Alberto dos Santos Cruz – Gaúcho da cidade de Rio Grande (RS), Carlos Alberto é engenheiro civil de formação e general da reserva do Exército. Na ativa, comandou de 2007 a 2009 a missão de paz no Haiti, a Minustah. Ainda no governo golpista de Michel temer, Santos Cruz chegou a chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça.
Advocacia-Geral da União: André Luiz de Almeida Mendonça – A indicação de Mendonça foi feita pelo Twitter. Atualmente ele é assessor especial da Controladoria Geral da União (CGU), responsável por coordenar as comissões de negociação dos acordos de leniência, e já atuou como Corregedor-Geral da própria AGU.
Banco Central: Roberto Campos Neto – Neto de Roberto Campos (1917-2001), economista liberal que foi ministro durante durante o governo de Castelo Branco, na ditadura militar, é ligado ao setor bancário, tendo atuado no Banco Bozano Simonsen e Santander.
Da redação da Agência PT de notícias