quinta-feira, 12 de abril de 2012

Hillary Clinton diz que discutirá Irã e Síria em visita ao Brasil



A situação na Síria e no Irã estarão na agenda da visita que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, fará ao Brasil na próxima semana.
Durante um evento nesta quinta-feira na Casa Branca, Hillary Clinton disse sua viagem a Brasília tratará de "temas globais".

"Quando eu for ao Brasil na semana que vem, minhas conversas serão sobre os grandes desafios da atualidade, da Síria e o Irã ao crescimento e desenvolvimento", afirmou.
A abertura de Hillary Clinton para falar do assunto contrasta com o silêncio sobre essas questões mantido durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington nesta semana.
Brasil e EUA se opõem nos dois temas, sendo que em ambos Brasília rejeita medidas de sanções defendidas por Washington.
Em relação à Síria, o governo brasileiro chegou a votar na ONU a favor de uma declaração pedindo a renúncia do presidente Bashar Al-Assad, no fim de fevereiro. No entanto, o Brasil não adota sanções, como fazem EUA e União Europeia.
Já a posição brasileira em relação ao Irã – acusado pelos EUA e a UE de usar seu programa nuclear para fins militares – é a de que as sanções aplicadas sobre o petróleo iraniano são "extremamente perigosas", como disse a presidente Dilma Rousseff no mês passado.
Existe, entre os diplomatas brasileiros, um ressentimento com o tratamento recebido da maior potência mundial quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu chanceler, Celso Amorim, negociaram junto com a Turquia um acordo com o Irã para troca de combustível nuclear, em 2010.
Hillary Clinton supostamente soube do acordo em primeira mão. Mas nas horas seguintes ao anúncio, a secretária de Estado desestimou a ação brasileira e turca e pressionou por uma nova rodada de sanções no Conselho de Segurança da ONU.
Defendendo em ambos os casos o que Dilma Rousseff chamou em Washington de "diplomacia determinada", ou seja, disposta a encontrar soluções negociadas, os diplomatas brasileiros dão a entender que as tratativas levadas adiante pelas potências mundiais não têm o objetivo real de chegar a um acordo.
Fonte: BBC Brasil