domingo, 5 de abril de 2020

Oficinas de costura no interior do RN vão produzir 7 milhões de máscaras para proteção contra Covid-19


Oficinas de costura ociosas no interior do Rio Grande do Norte vão produzir 7 milhões de máscaras para proteção de profissionais de saúde e segurança, além da população potiguar. A produção será financiada pelo Governo do Estado. Para dar conta do volume de produção serão acionadas as 78 oficinas que integram o programa pro-Sertão e trabalham na confecção de roupas para gigantes como a Riachuelo e a Hering. Cada oficina tem capacidade de produzir 8.400 peças por dia.
A ideia e a articulação inicial partiu do deputado estadual Francisco do PT, que intermediou reuniões entre secretarias do Governo, oficinas de costura e instituições privadas. O acordo foi firmado na sexta-feira (3), após uma reunião por teleconferência entre o secretário de Desenvolvimento Social Jaime Calado e representantes da Riachuelo e da Hering. As empresas aceitaram produzir o material a preço de custo para o Governo do Estado. Os valores da negociação ainda não foram divulgados.
Diferente do modelo N95 de TNT, utilizadas por profissionais da saúde, as máscaras produzidas pelas oficinas serão feitas de malha, seguindo orientações do próprio Ministério da Saúde e serão destinadas à população em geral. O objetivo é dar maior agilidade na produção e o melhor aproveitamento de materiais disponíveis no mercado que podem ser destinados a pessoas que não trabalham no setor.
Com isso, o Estado garante que as máscaras homologadas pela Anvisa (N95), já em circulação, cheguem aos médicos e enfermeiros, expostos a uma carga viral bem maior, e ao mesmo tempo fornece uma opção viável para a população.
A governadora Fátima Bezerra destacou a iniciativa e a distribuição gratuita para a população.
“Essa é mais uma parceria entre o Governo e o setor produtivo do estado e é de extrema importância para que nós possamos dar continuidade às ações no sentido de proteger a saúde da população do RN e ao mesmo tempo estamos garantindo o emprego de milhares de pessoas que trabalham nas oficinas de costura”, disse.
O deputado Francisco do PT lembrou também que, mesmo em tempo de crise sanitária, é importante pensar na geração de renda:
– Fico muito feliz que o Governo tenha tomado essa decisão porque todas as preocupações que estão voltadas agora para a saúde também podem e devem ter uma relação, sempre que possível, com a questão da preservação dos empregos e renda. Então essas oficinas vão produzir essas máscaras adquiridas pelo Governo porque além de contribuir com a saúde da população vai também contribuir para a continuidade da gestão de emprego e renda desse setor tão importante para a economia, que é o setor das oficinas de costura do nosso Estado”, afirmou
Segundo o secretário Jaime Calado, que também é médico sanitarista, “o importante é que a máscara cubra a região da boca e do nariz, sem deixar espaços nas laterais, e seja dupla, para impedir com eficiência a penetração do vírus”.
O secretário ainda lembrou que as máscaras de tecido podem ser higienizadas e reaproveitadas pelos usuários.
A produção das peças terá ainda um efeito colateral benéfico na economia da região Seridó e municípios onde se localizam as oficinas de costura vinculadas ao Pró-sertão. Jairo Amorim, representante da Guararapes que é a empresa âncora do programa, disse que “é um projeto que une o útil ao agradável: primeiro pela questão da utilização deste parque fabril no interior que está parado e que deixa tão vulnerável milhares de famílias que dependem dessa operação; segundo que o produto que ora se propõe a fazer é um produto que responde a uma ação humanitária”.
O secretário Jaime Calado pontuou que serão adotadas medidas de segurança e limpeza, e respeitadas as orientações de afastamento dos trabalhadores  dentro das oficinas.
O diretor da Guararapes explicou ainda que algumas oficinas já trabalham na produção de 200 mil peças em TNT para doação. Os itens produzidos já seguem as normas da ABNT para utilização médica.
O comitê também é representado por entidades financeiras que buscam soluções junto aos empresários para manter as atividades produtivas em funcionamento. Sérgio Luiz, representante do Banco do Brasil, explicou que a instituição está ofertando linhas de crédito especiais para micro-empresários, disponíveis para as oficinas de costura.
“Nós lançamos a Linha de Crédito Emergencial para a Covid-19, com taxas mais baixas do que a gente já tem no mercado, com carência de 60 até 90 dias e prazo de pagamento de 12 meses”.

Fonte: Saiba Mais

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