sábado, 25 de fevereiro de 2012

Secretário de Juventude do PT-RN , Bruno Costa rebate artigo de Laurence Bittencourt sobre Fátima Bezerra

Deputada Federal PT-RN Fátima Bezerra

O secretário de Juventude do PT do Rio Grande do Norte, Bruno Costa, redigiu uma resposta ao artigo "A radicalidade política de Fátima Bezerra", publicada no blog Espaço Livre, de Laurence Bittencourt, em 18 de fevereiro. 

O Blog transcreve aqui o Texto do Companheiro Bruno Costa que foi reproduzido no Portal Nominuto.com na íntegra:

O portal NoMinuto.com exerce um papel extremamente importante na comunicação estadual, permitindo a expressão de vozes e opiniões diversas e divergentes, o que caracteriza um instrumento midiático democrático e deveria caracterizar a grande mídia brasileira. Por isso devemos parabenizar sua redação e continuar a luta em defesa da democratização dos meios de comunicação, levando em consideração que se trata de um direito humano.


Assim inicio um texto que busca apenas refutar uma opinião expressa no portal supracitado pelo colunista Laurence Bittencourt. Estranha-me que este lecione disciplinas como "Introdução à Sociologia" e "Introdução à Antropologia" na Universidade Potiguar, mesmo em se tratando de introduções, afinal, um dos objetivos do estudo sociológico é desconstruir ideologias repressoras, desmistificando discursos e práticas que, naturalizados, conformam a sociedade em torno de seus conflitos de classe, etnia, orientação sexual...

A "verborragia Bittencourt" é extremamente ideologizante, revela nas entrelinhas uma opinião tão parcial acerca das esquerdas (e não deveria ser diferente) quanto a opinião da deputada federal Fátima Bezerra a respeito das oligarquias que triunfaram no cenário político potiguar. A diferença é que Fátima Bezerra assume seu partido, seu lado, mesmo ciente das contradições das esquerdas e do Partido dos Trabalhadores.

Neste sentido sempre fizemos questão de ser radicais, de defender a democracia e o socialismo democrático mesmo quando a turma do Bittencourt anunciou o fim da história, até para que ele pudesse exercer seu direito de expressar opiniões publicamente, independente de qual fosse sua opinião.


No campo da política sempre criticamos as atrocidades cometidas contra a dignidade humana por aqueles de esquerda, de direita, de deus ou do diabo. No campo da ética sempre defendemos a investigação e punição daqueles que se desviaram no exercício da função pública, fossem de esquerda, de direita, de deus ou do diabo. No campo da política fundamos um partido que elegeu a democracia como solo para fertilizar o socialismo, justamente em virtude do discurso ideológico que associava a utopia socialista a ditadura e repressão. 

No campo da ética nunca tentamos impedir que qualquer um dos nossos quadros partidários fosse investigado pelo judiciário nem muito menos que exercesse seu direito ao contraditório, à defesa de suas condutas. Somente quando a sentença é conclusiva e condenatória podemos utilizar o estatuto partidário e nosso código de ética para adentrar na justiça política. A ética nunca foi propriedade de nenhum partido, de nenhuma instituição, embora seja bandeira erguida até por aqueles que defendem o neocolonialismo da OTAN.


De fato nunca criticamos o capitalismo apontando seus valores, pois o capitalismo não é o espelho da democracia. Aliás, a maioria dos países ditos desenvolvidos e democráticos são responsáveis por ações terroristas em países ditos subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, financiando inclusive ditaduras quando está em jogo os interesses do Império. A história do capitalismo é a história da opressão, da violação de direitos humanos, do financiamento de ditaduras na América Latina e em diversos recantos do planeta (no Brasil a ditadura foi defendida pelo Democratas).

Ética não pressupõe unilateralidade, de forma alguma. Por isso se faz necessário rever a argumentação utilizada para agredir aquela que foi reconhecida como a melhor parlamentar do Rio Grande do Norte na última eleição, aquela professora e sindicalista que ajudou a construir o Sinte-RN e que até hoje é uma das principais defensoras da educação pública, gratuita e produtora de emancipação. 

Quando se critica alguém ou um campo político pela suposta carência de autocrítica, faz-se necessário se apresentar de forma autocrítica, mas para tanto é preciso assumir um lado ou ao menos uma perspectiva filosófica, não se esconder por trás de um discurso inflamado e carente de conteúdo.


Não sei se um dia Laurence Bittencourt foi revolucionário, já que o "amanhã" chegou e ele se revela reacionário, mas sei que o Partido dos Trabalhadores está fazendo uma verdadeira revolução democrática no Brasil, o que é possível de se observar no campo da educação, da cultura, da geração de emprego e renda, dentre outros. 

Se não avançamos como desejamos em reformas necessárias ao país, como a reforma política, a reforma tributária e a reforma agrária, não foi pela ausência de desejo e de empenho político, mas pela forte representação do Capital no Congresso Nacional. Analisar a política de alianças do PT sem analisar o sistema presidencialista de coalizão é praticamente um exercício de abstração. 

Ou será que o Laurence defende a taxação de grandes fortunas e a tributação progressiva? Será que ele defende o financiamento público de campanhas? Será que ele defende a desapropriação de latifúndios improdutivos? Para nos criticar de forma tão contundente é preciso no mínimo dizer o que defende. 

Se o DNA da política implementada nos dois governos do ex-presidente Lula e no atual mandato da presidenta Dilma não é petista, o que justifica não ter sido implementada durante os governos tucanos?! A economia internacional? 

Enfrentamos uma crise sem precedentes na história do capitalismo e hoje somos reconhecidos por enfrentá-la ampliando investimentos e promovendo inclusão social. Geralmente quem tem uma ideia é mais capaz de implementá-la do que aqueles que simplesmente copiam. Prometer desenvolvimento econômico e social ao mesmo tempo em que se adota a política de Estado mínimo e se pratica o liberalismo econômico é prometer o que não se pode cumprir, por isso transformamos o Estado brasileiro no principal motor do desenvolvimento econômico e social. 

Mas será que o Laurence defende o Estado mínimo e a política que entregou (literalmente) a Vale do Rio Doce à iniciativa privada?! 

Será que o Laurence sabe diferenciar a política de concessão que estamos implementando nos principais aeroportos brasileiros antes da Copa do Mundo da entrega do patrimônio nacional à iniciativa privada?! 

Será que o Laurence é capaz de tornar público seu DNA político? Será que ele é Bossa Nova? Será que ele é tucano? Será que ele é democrata? Não sei, mas defendo seu direito de tornar pública sua opinião.


Saudações petistas! 
Bruno Costa 
Secretário Estadual da Juventude do PT


Com Informações: nominuto.com