domingo, 8 de outubro de 2017

Agricultores presos por ordem de Moro e depois absolvidos são homenageados no Paraná

Na última sexta-feira (06) , nas dependências da Câmara Municipal de Irati (PR), ocorreu um ato simbólico de absolvição de três produtores familiares, presos em 2013 durante a chamada Operação Agro Fantasma (a prisão foi por ordem do juiz Sérgio Moro).
Nos últimos anos, ocorreu um grande avanço na área agrícola com o aumento da mecanização da agricultura, no entanto, não houve um planejamento adequado para manter pequenos produtores rurais na terra, com isto, houve um inchaço nas cidades, pessoas que possuíam pequenas áreas ou trabalhavam como meeiros, se viram obrigados a vender suas propriedades para grandes produtores e foram em busca de novos rumos, se aglomerando geralmente nas periferias de grandes centros e até de cidades de menor porte.
Uma da soluções encontradas para manter os remanescentes, que com suas famílias, se mantinham na terra, foram programas de aquisição de alimentos, de preferência que fossem ecológicos, ou seja, sem uso de agrotóxicos. Estes alimentos, eram entregues em escolas de redes públicas de ensino e outros setores também públicos, sendo a Região Centro Sul do Paraná, a pioneira nestes projetos.
No ano de 2013, foi desencadeada a Operação Agro Fantasma:
” A alegação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal era de que estariam ocorrendo irregularidades no momento da entrega dos alimentos às entidades da rede conveniadas ao PAA, como hospitais, restaurantes populares, bancos de alimentos e cozinhas comunitárias.
Segundo a denúncia, a quantidade ou tipo de alimentos entregues eram diferentes do que estava no plano apresentado ao programa.
Uma das pessoas criminalizadas em Irati, o agricultor familiar Gelson Luiz de Paula, acredita que a ação foi pensada para prejudicar os produtores rurais. Ele integra a Associação dos Grupos de Agricultura Ecológica São Francisco de Assis, que fazia entregas ao PAA. O trabalhador rural conta que a prisão infundada trouxe dificuldades financeiras para as famílias e para as entidades investigadas, além de outros prejuízos. “Isso prejudicou muito nossas vidas, nossa auto-estima e nossa moral”, lamenta.
Absolvição
Os produtores rurais foram acusados de crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa. Além das associações e cooperativas de agricultores individuais, a Agro-Fantasma indiciou funcionários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por desvios e irregularidades. Onze pessoas foram presas e outras 58 foram indiciadas, em 15 cidades do Paraná.” (Fonte Brasil de Fato).
No dia de hoje, os três produtores familiares da cidade de Irati, que segundo relatos deles e de familiares, foram tratados como verdadeiros bandidos, sendo coagidos a apresentar seus carros de luxo, escrituras de terras e outros que pudessem servir de provas, que estas pessoas eram realmente criminosos, receberam um ato de apoio, onde estavam presentes, lideranças políticas da Região, Estado e Federação.
Os relatos de familiares das vítimas, emocionou o público presente, pois se tratam de pessoas humildes que vivem do suor do seu trabalho diário no campo.
FONTE: Diário do Centro do Mundo

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