terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Estudantes usam calor do sol para tratar água

Uma caixa d’água feita a partir de Pet reciclado, vedada e com  compartimentos internos que usam o calor do sol  para tratar água servida. A ideia aparentemente simples, com tecnologia de evaporação já comprovada em outros países, desponta como solução para reaproveitamento de água na região do Semiarido nordestino. O projeto batizado como EVA Cleaning Water rendeu aos estudantes do curso de Comércio Exterior do IFRN, Vanderli Dantas de Araújo Júnior e Jupiara Lima da Silva  o prêmio Inovação 2020. O reconhecimento é promovido pela EDP - empresa especializada especializada em energia.

Além do designer inovador feito com pet reciclado, triturado e fundido, o equipamento é de baixo custo.  A caixa de um metro com capacidade total de 310 litros  e de limpeza de 155 litros de água  pronta para a instalação sai, sem os impostos, por R$ 160,00.  A proposta é tratar a chamada água cinza (usada em pias para lavar roupa, louça, banho ou de baixa salinidade) deixando a própria para jardinagem e para cozinhar. 

“Pensamos em algo de fácil acesso, custo e manutenção que pudesse chegar principalmente no interior onde  a escassez de água é maior e o saneamento básico não acontece”, explica Jupiara Lima. “Comprovar a  viabilidade do negócio foi o que nos rendeu o primeiro lugar”, acrescenta  Vanderli Dantas.  

A estrutura recebe a água canalizada para o recipiente  vedado e alojada na parte superior. Os materiais plásticos reciclado e o desenho permite dobrar a capacidade de absorção de calor solar acelerando o ponto de ebulição da água e o processo de evaporação e condensação,   separando resíduos e eliminando micro-organismos. A água tratada evapora, desce pelas laterias e é armazenada na parte inferior da caixa.

“Isso ajuda também no combate de doenças banais, como a diarréia e o cólera ainda comuns e quem causa no consumo de água contaminado”, explica o estudante. O EVA ajuda a diminuir tal escassez, além de controlar as enfermidades. 

Os alunos desenvolveram o protótipo por iniciativa própria  com vistas a ser alternativa mais barata a programas do governo federal de abastecimento de água em comunidades rurais. O custo de produção que pode agregar diversas entes da cadeia produzida, chega a ser dez vezes inferior ao custo de produção das cisternas hoje adotadas nos programas de combate a seca. Além do tratamento, tem a opção de servir para a captação de água de chuva – com uma capacidade reduzida em relação as demais.

O protótipo, que cabe na palma da mão, ainda não foi reproduzido em escala real. Para isso, os estudantes buscam investidores para segunda fase de testes de aplicabilidade e produção para comercialização. O prêmio, observa  por si só não garante tirar a ideia do papel, mas irá facilitar o contato com empresas e instituições que tenham interesse em transformar o estudo em produtos. Além de receberem R$ 25 mil, os jovens pesquisadores farão uma viagem para o Vale do Silício nos EUA. “Será uma oportunidade de estarmos próximos a empresas que desenvolvem tecnologia e podermos captar investidores”, espera Vanderli Dantas.

FONTE: Tribuna do Norte

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