segunda-feira, 23 de março de 2020

Após protestos, Bolsonaro recua e revoga suspensão de salários por 4 meses

Por: Revista Fórum
Após receber uma onda de críticas, o presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais no início da tarde desta segunda-feira (23) para anunciar que determinou a suspensão da polêmica medida que previa a suspensão de salários de empregados por até 4 meses em razão da pandemia do novo coronavírus.
“Determinei a revogacao do art.18 da MP 927 que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário”, escreveu o presidente no Twitter.
O texto dizia que empresários não precisariam pagar salário aos trabalhadores durante o período, apenas fornecer cursos online e manter benefícios, como plano de saúde. Além disso caberia à negociação individual a decisão de manter ou não alguma “ajuda compensatória mensal” ao trabalhador.
Tal possibilidade gerou rechaço nas redes sociais. Políticos, economistas e artistas criticaram a MP e a tag #BolsonaroGenocida virou um dos assuntos mais comentados do Twitter.
“Bolsonaro se elegeu pregando o bem estar das famílias brasileiras. Mas em meio à pandemia de coronavírus, beneficia empresários tirando direitos dos trabalhadores. Como as famílias vão sobreviver desempregadas e com salário reduzido? #BolsonaroGenocida”, questionou a deputada federal Luizianne Lins (PT/CE).
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que “Bolsonaro não apenas FALA absurdos. Falar já é grave. Mas ele FAZ absurdos. Ele não tem sensatez nem sensibilidade social. Espero que o Congresso e o Supremo salvem o Brasil”.
Guilherme BoulosFernando Haddad e Ciro Gomes, candidatos à presidência em 2018, também rechaçaram a medida.  “É duro ter que lidar com um vírus e um verme, simultaneamente”, escreveu Haddad.
O economista Rodrigo Zeidan também criticou o texto e destacou a as idas e vindas do governo. “Presidente voltando atrás da besteira que fez. Cada presepada dessas tem um custo gigantesco! Era melhor ter lançado outra MP amparando a renda dos trabalhadores mas pelo menos o maior absurdo foi retirado”, tuitou.

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