terça-feira, 5 de abril de 2016

CNBB posiciona-se contra a intolerância e pela defesa da democracia

"A divergência não pode fazer de ninguém um inimigo", disse dom Leonardo Ulrich Steiner
Diante do atual cenário de tensões políticas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta sexta-feira (1°), um documento solicitando a busca permanente de soluções pacíficas e repudiando qualquer forma de violência na sociedade. A cerimônia de lançamento contou com a presença do ministro da Justiça, Eugênio Aragão.
"A CNBB tem se preocupado com uma espécie de intolerância política. Uma intolerância na capacidade de dialogar, quase uma intolerância, digamos assim, em relação ao diálogo. Como o tom tem subido muito nos últimos tempos e tem havido manifestações, eu diria quase que raivosas, é um momento de nos manifestarmos também como sociedade, dizermos a todas as pessoas que assim não chegaremos a lugar nenhum", afirmou o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência, domLeonardo Ulrich Steiner
“Ninguém pode agredir um filho e uma filha de Deus”, disse dom Leonardo Steiner. Ele ressaltou a necessidade de diálogo nas diferenças de pensamento e de respeito à pessoa humana. “Temos voltado a discutir questões importantes do nosso Brasil, questões constitucionais, a importância dos partidos e da política. Nós temos visto manifestações de rua, o que pode contribuir muito para a democracia brasileira, mas todas essas manifestações, às vezes, vêm junto com uma determinada violência que nós não gostaríamos que impedisse a democracia brasileira, a nossa jovem democracia brasileira”, disse o bispo.
Para o ministro Eugênio Aragão, o discurso de ódio que tem sido aflorado por causa da divergência política e de opiniões tem levado a sociedade brasileira a conviver com um sentimento de raiva, algo considerado extremamente preocupante.
"A divergência não pode fazer de ninguém um inimigo. A divergência é legítima e necessária numa sociedade plural. E nós temos de preservar essa divergência como uma riqueza do nosso pluralismo", avaliou Aragão.
Também presente no encontro, o procurador federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Veiga Rios, afirmou que esse documento da CNBB vai ajudar na luta contra a intolerância de todo o tipo, inclusive a de discurso. "Não há nenhum cunho partidário ou governista nesse ato. Estamos todos aqui é para fazer um alerta sobre os perigos da intolerância", afirmou.
O presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Técio Lins e Silva, também foi um dos signatários do texto e avaliou positivamente a iniciativa. "Estamos absolutamente comprometidos com as linhas gerais dessa conclamação, que busca a paz. Devemos buscar um entendimento, ser contra a intolerância, possibilitar que o País, no momento de crise gravíssima, encontre o caminho para a pacificação nacional", destacou.
Fonte: Portal Brasil, com informações da CNBB

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