“Eu sei que um dia a verdadeiraJustiça será feita e será reconhecida minha inocência. E nesse dia estarei junto com Haddad para fazer o governo do povo”. Mesmo diante de injustiças incontornáveis e do silêncio do STF, Lula e o Partido dos Trabalhadores optaram por respeitar o prazo imposto pelo TSE.
Daqui para frente, Fernando Haddad e Manuela D’Àvila andarão pelo país levando a mensagem de Lula e do 13 como candidatos a presidente e vice, respectivamente.
O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira (11), em um ato emocionante em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba. Coube à presidenta Gleisi Hoffmann apresentar a decisão de Lula e a posição do partido, sem jamais deixar de lado a indignação.
“Hoje é um derradeiro, um dia determinado pela Justiça. Mas não é um dia de derrota. Mas dor, indignação e revolta, que são o fermento da nossa luta. E é desse fermento que aceitamos o desafio do presidente Lula, de não deixar o povo brasileiro sem alternativas”, disse.
Carta de Lula
Amigo e companheiro de Lula há muitos anos, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh leu uma carta na qual o ex-presidente formalizou seu apoio irrestrito à nova chapa. Num texto longo e emocionado, ele reafirma sua indignação diante da prisão política e do desrespeito do país ao clamor internacional e da ONU.
“Vocês me conhecem e sabem que eu jamais desistiria de lutar. Perdi minha companheira Marisa, amargurada com tudo o que aconteceu a nossa família, mas não desisti, até em homenagem a sua memória. Enfrentei as acusações, denunciei as mentiras e abusos em todos os tribunais”, escreveu.
Em mensagem de esperança, Lula garantiu que ele, Haddad, Manuela farão o que for preciso para retomar o projeto que fez o país feliz por tantos anos, construindo um futuro ainda melhor. Onde todos tenham oportunidades e ninguém tenha privilégios. “Se querem calar nossa voz e derrotar nosso projeto para o País, estão muito enganados. Nós continuamos vivos, no coração e na memória do povo. E o nosso nome agora é Haddad.”
Leia o texto na íntegra aqui.
Lealdade e resistência
Bastante emocionado, Haddad encerrou o ato fazendo um discurso firme sobre o compromisso selado com Lula. “Sinto a dor de muitos brasileiros e brasileiras que hoje vão receber a noticia de que não vai poder votar naquele que subiria a rampa do Planalto. É uma dor sentida pelo povo mais pobre desse pais, que sabe o que representou os nosso governo.”
Também criticou as manobras das elites e do complexo midiático-judicial no golpe que derrubou a presidenta e encarcerou o maior líder popular vivo do país. “O que incomodou foi que uma pessoa sem diploma superior, mas com gana, conseguiu fazer o que eles não fizeram em 500 anos.”
“Eles nos batem mas a gente levanta. Já somos milhões de Lulas e seremos mais. Nós não vamos aceitar o Brasil do século XX, XIX, XVIII. Nós deixamos de sonhar para realizar o sonho. Você está sentindo a dor que eu estou sentindo, mas não é para voltar para casa. É para ir para a rua porque nós vamos ganhar esta eleição.”
Da Redação Agência PT de Notícias
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