O candidato a vice-presidente na coligação “O Povo Feliz de Novo”, Fernando Haddad, participou de sabatina na Globo News, na noite desta quinta-feira (6) e começou manifestando sua solidariedade ao candidato do PSL que foi esfaqueado, lamentando muito pelo ocorrido.
Questionado sobre a radicalidade apresentada hoje na política no país, Haddad enfatizou que o PT busca sempre o voto soberano do povo para encontrar as saídas e soluções. “O PT tem um compromisso com a liberdade e uma campanha muito propositiva. Nosso programa procura fortalecer as instituições. Nunca jogamos no radicalismo verbal. Mantemos um diálogo republicano com as instituições”, disse.
Ele explicou que o partido continuará seguindo a linha de defender a paz, a nãoviolência e lembrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um grande conciliador, que sempre manteve a porta do Palácio do Planalto aberta a todos os cidadãos do país.
Sobre a candidatura de Lula à presidência, Haddad explicou que no dia 15 de agosto houve o registro da chapa no TSE, Lula presidente, Haddad vice, e que serão utilizados todos os recursos legais disponíveis para que isso seja mantido. “Nossa pretensão é de que o tratado da ONU, ratificado pelo Brasil, seja respeitado”, disse ele, referindo-se à decisão do Comitê de Direitos Humanos do organismo internacional que determinou que Lula tenha assegurado seu direito de ser candidato.
Questionado sobre o processo a que Lula responde, o candidato a vice-presidente afirmou que não consegue entender porque uma pessoa é condenado por um “ato de ofício indeterminado” e que esse processo contra Lula “tem muitos vícios. Daqui a alguns anos vamos discuti-lo como casuístico na história do Direito”. Ele lembrou ainda de outros erros judiciários, que eles podem ser revertidos. “Vamos lembrar de Gushiken, que foi absolvido quase em seu leito de morte”.
Ao abordar a questão da corrupção, Haddad explicou que os governos do PT foram os responsáveis pela criação de mecanismos contra a corrupção que nenhum outro governo fez, fortalecendo a Polícia Federal, o Ministério Público e a Controladoria Geral da União. O candidato a vice lembrou ainda do caso Tacla Durán e da recusa insistente da Lava Jato em ouvi-lo.
Ricardo Stuckert
Outro tema do debate foi com relação à economia do país durante as gestões petistas. Haddad relembrou que o PT esteve à frente da presidência em três governos completos que apresentaram superávit primário, redução da dívida e melhor distribuição de renda. Explicou, também, que a partir de 2014 houve instabilidade política no país, com sabotagem ao Brasil e o início da articulação do golpe, o que prejudicou a economia.
Haddad reforçou mais uma vez a importância do respeito às instituições democráticas e o extremo dano que o golpe fez ao país: “democracia é coisa frágil, que se alimenta todo dia. Não se faz uma brincadeira como Aécio Neves fez. Foi um desrespeito à soberania. Mas sabotar o país? Cooptando um vice frágil do ponto de vista de caráter, em torno de um projeto que destruiu o país”.
O candidato a vice-presidente lembrou, ainda, da importante política econômica dos governos do PT que geraram mais de 20 milhões de empregos no país e de seu trabalho como prefeito na cidade de São Paulo, onde ao sair entregou a cidade com grau de investimentos, precatórios pagos, custeio controlado e contas em ordem.
Haddad foi interrompido ao longo de toda a sabatina pelos entrevistadores, que faziam perguntas e as respondiam simultaneamente. Na pauta da economia, por exemplo, teve dificuldades em apresentar propostas para o próximo mandato do PT, uma vez que era repetidamente bombardeado por acusações. O ex-ministro da educação de Lula denunciou a parcialidade da emissora ao vivo: “as análises que eu ouço aqui na GloboNews nunca contam com o outro lado para falar dos efeitos da crise na economia. Não pode ser só quem pensa de um determinado jeito”.
Por lula.com.br
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