O governo federal deverá testar no mês que vem uma tecnologia que viabiliza a "internet 0800", que permite ao usuário conectar-se de graça à rede para a utilização de certos serviços.
Segundo explicou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, trata-se de um modelo em que empresas poderão bancar a conexão à internet de seus clientes para determinadas finalidades, como compras em seus sites ou mesmo para serviços de atendimento.
"Um banco que quiser estimular seu serviço de internet banking, por exemplo, poderá arcar com a conexão de seu cliente. O mesmo vale para empresas que hoje gastam milhões de reais com serviços de call center e atendimento. Isso pode ser feito virtualmente, com a empresa bancando a conexão", disse.
A intenção é a criação de um domínio "0800.br". Segundo o ministro, o projeto mira, por exemplo, usuários de celulares que não têm planos de dados ou que possuem pacotes limitados. Ao tentar se conectar com um site que tem o serviço 0800, o internauta tem o serviço de navegação habilitado e a conta da conexão é paga pela própria empresa que o oferece.
No caso dos pré-pagos, os créditos do celular, por exemplo, não seriam descontados na navegação para este site. Nos celulares pós-pagos, o tráfego dessa navegação também não seria contabilizado.
O teste será feito na primeira quinzena de março em uma comunidade de cerca de 8.000 pessoas nas imediações de Brasília. Terá a participação de uma empresa que servirá como a ponta da oferta da linha gratuita e com uma operadora. Participam do desenvolvimento do sistema o Ministério das Comunicações, o Comitê Gestor da Internet e a Anatel.
"Não é uma substituição ao atendimento telefônico 0800, mas pode ser uma alternativa", disse.
A declaração foi dada durante a Campus Party, feira de inovação e internet que acontece nesta semana em São Paulo. A Folha é um dos patrocinadores do evento e mantém um aplicativo com a agenda, cobertura e galeria de fotos.
PLANO DE BANDA LARGA
Durante o evento, o ministro também falou sobre os números do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que prevê conexões com velocidade mínima de conexão de 1 Megabit por segundo (Mbps) por R$ 35. Segundo ele, hoje 1,5 milhão de usuários já usam o sistema no país. Cerca de 1 milhão são conectados pela Telefônica/Vivo.
"Nosso plano de inclusão prevê também a incorporação de novas tecnologias, como o 4G, que deverão ampliar o acesso à internet, assim como a utilização de uma freqüência específica --de 450 Mega Hertz (MHz) -- para fazer a conexão em pequenos municípios e nas áreas rurais", disse. O projeto poderá beneficiar 80 mil escolas.
Sobre a qualidade da internet no Brasil, ainda aquém do mínimo desejável, o ministro ressaltou que as operadoras deverão reforçar os investimentos no ano, impulsionadas pelas medidas de desoneração fiscal a serem determinadas pelo governo federal.
"No ano passado, 35% dos US$ 16,5 bilhões de investimentos externos no país foram em telecom. Há disposição para fazer investimentos", afirmou.
Fonte: folha de são paulo