O governo federal fechou uma parceria com a empresa americana Qualcomm Incorporated para ajudar na expansão dos serviços de banda larga móvel no País e na massificação do uso de smartphones e tablets. A empresa é líder mundial em tecnologia de telecomunicações e vai montar em São Paulo um centro de tecnologia para desenvolver aplicações destinadas a smartphones e tablets, em colaboração com empresas fabricantes.
O objetivo do governo é levar tecnologia de quarta geração para a zona rural, com o uso da frequência de 450 mega-hertz, ideal para áreas distantes.
Está previsto também no acordo a criação de um laboratório de testes, mas a empresa se esquivou de revelar o volume dos investimentos. É a primeira vez que a empresa americana, líder mundial em tecnologia sem fio, faz acordo desse tipo com um país da América Latina. A parceria foi anunciada nesta sexta-feira (20), pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
O ministro Paulo Bernardo informou que já discutiu com o Ministério da Fazenda a possibilidade de o governo promover desoneração para os novos dispositivos que forem desenvolvidos com o fim de "massificar de forma mais rápida as telecomunicações". O foco principal é o meio rural, onde esses serviços são deficientes.
Bernardo já discutiu a questão da desoneração com o secretário-geral do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. De acordo com o ministro, não haverá prejuízo de arrecadação com novas desonerações. "Não vamos abrir mão de receita que já existe, porque estaremos trazendo produção do exterior para cá, permitindo aumento de receita e não redução. E novas fábricas poderão gerar muitos empregos e pagar tributos. É o mesmo tratamento que damos aos computadores, laptops, netbooks e tablets", explicou.
A Qualcomm vai participar também do programa Ciência sem Fronteiras, dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação, na concessão de bolsas para estudantes interessados em desenvolver conhecimento nessa área.
A Qualcomm Incorporated emprega em todo o mundo 21 mil funcionários em 172 localidades espalhadas por 34 países. Em 2011, ela teve receita de US$ 15 bilhões, com crescimento de 36% sobre 2010. No primeiro trimestre deste ano o faturamento foi de aproximadamente US$ 5 bilhões, com crescimento de 28% sobre o mesmo período do ano passado, quando investiu US$ 3 bilhões em pesquisas na área de telecomunicações sem fio.