Oficinas de costura ociosas no
interior do Rio Grande do Norte vão produzir 7 milhões de máscaras para
proteção de profissionais de saúde e segurança, além da população potiguar. A
produção será financiada pelo Governo do Estado. Para dar conta do volume de
produção serão acionadas as 78 oficinas que integram o programa pro-Sertão e
trabalham na confecção de roupas para gigantes como a Riachuelo e a Hering.
Cada oficina tem capacidade de produzir 8.400 peças por dia.
A ideia e a articulação inicial
partiu do deputado estadual Francisco do PT, que intermediou reuniões entre
secretarias do Governo, oficinas de costura e instituições privadas. O acordo
foi firmado na sexta-feira (3), após uma reunião por teleconferência entre o
secretário de Desenvolvimento Social Jaime Calado e representantes da Riachuelo
e da Hering. As empresas aceitaram produzir o material a preço de custo para o
Governo do Estado. Os valores da negociação ainda não foram divulgados.
Diferente do modelo N95 de
TNT, utilizadas por profissionais da saúde, as máscaras produzidas pelas
oficinas serão feitas de malha, seguindo orientações do próprio Ministério da
Saúde e serão destinadas à população em geral. O objetivo é dar maior agilidade
na produção e o melhor aproveitamento de materiais disponíveis no mercado que
podem ser destinados a pessoas que não trabalham no setor.
Com isso, o Estado garante que as
máscaras homologadas pela Anvisa (N95), já em circulação, cheguem aos médicos e
enfermeiros, expostos a uma carga viral bem maior, e ao mesmo tempo fornece uma
opção viável para a população.
A governadora Fátima Bezerra
destacou a iniciativa e a distribuição gratuita para a população.
“Essa é mais uma parceria entre
o Governo e o setor produtivo do estado e é de extrema importância para que nós
possamos dar continuidade às ações no sentido de proteger a saúde da população
do RN e ao mesmo tempo estamos garantindo o emprego de milhares de pessoas que
trabalham nas oficinas de costura”, disse.
O deputado Francisco do PT lembrou
também que, mesmo em tempo de crise sanitária, é importante pensar na geração
de renda:
– Fico muito feliz que o Governo tenha tomado essa decisão porque
todas as preocupações que estão voltadas agora para a saúde também podem e
devem ter uma relação, sempre que possível, com a questão da preservação dos
empregos e renda. Então essas oficinas vão produzir essas máscaras adquiridas
pelo Governo porque além de contribuir com a saúde da população vai também
contribuir para a continuidade da gestão de emprego e renda desse setor tão
importante para a economia, que é o setor das oficinas de costura do nosso
Estado”, afirmou
Segundo
o secretário Jaime Calado, que também é médico sanitarista, “o importante é que a máscara
cubra a região da boca e do nariz, sem deixar espaços nas laterais, e seja
dupla, para impedir com eficiência a penetração do vírus”.
O secretário ainda lembrou que as
máscaras de tecido podem ser higienizadas e reaproveitadas pelos usuários.
A
produção das peças terá ainda um efeito colateral benéfico na economia da
região Seridó e municípios onde se localizam as oficinas de costura vinculadas
ao Pró-sertão. Jairo Amorim, representante da Guararapes que é a empresa âncora
do programa, disse que “é um projeto que une o útil ao agradável: primeiro pela questão
da utilização deste parque fabril no interior que está parado e que deixa tão
vulnerável milhares de famílias que dependem dessa operação; segundo que o
produto que ora se propõe a fazer é um produto que responde a uma ação
humanitária”.
O secretário Jaime Calado pontuou
que serão adotadas medidas de segurança e limpeza, e respeitadas as orientações
de afastamento dos trabalhadores dentro das oficinas.
O diretor da Guararapes explicou
ainda que algumas oficinas já trabalham na produção de 200 mil peças em TNT
para doação. Os itens produzidos já seguem as normas da ABNT para utilização
médica.
O comitê também é representado por
entidades financeiras que buscam soluções junto aos empresários para manter as atividades
produtivas em funcionamento. Sérgio Luiz, representante do Banco do Brasil,
explicou que a instituição está ofertando linhas de crédito especiais para
micro-empresários, disponíveis para as oficinas de costura.
“Nós lançamos a Linha de Crédito Emergencial para a Covid-19, com
taxas mais baixas do que a gente já tem no mercado, com carência de 60 até 90
dias e prazo de pagamento de 12 meses”.
Fonte: Saiba Mais
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