O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que as Forças Armadas não aceitarão “um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito”, repetindo teor de nota divulgada na sexta-feira.
“Nós, militares das Forças Armadas, e eu também sou militar, somos os verdadeiros responsáveis pela democracia em nosso país”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio e TV BandNews.
“Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas também jamais aceitaríamos um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito”, acrescentou o presidente.
A declaração desta segunda-feira, assim como a nota de sexta —que foi assinada também pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo—, vem em meio ao julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) das primeiras duas ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão, vitoriosa nas eleições de 2018.
Bolsonaro enfrenta ainda no Supremo Tribunal Federal um inquérito que investiga a possível tentativa de interferência na Polícia Federal. Além disso, há dezenas de pedidos de impeachment, sempre tratado como um julgamento político-jurídico, contra o presidente no Congresso. O Brasil já teve dois presidentes democraticamente eleitos que sofreram o impeachment e perderam seus mandatos: Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff.
O presidente voltou a criticar o julgamento das ações pelo TSE e a operação, dentro de um inquérito do Supremo sobre fake news, que teve como alvo aliados dele.
Bolsonaro afirmou não descartar concorrer à reeleição, mas que o seu interesse é buscar promover mudanças e que alguns cobram dele que se mude o Brasil em um ou dois anos.
Segundo o presidente, o objetivo é chegar bem em 2022 para formar uma grande bancada de deputados e senadores aliados, para conseguir fazer as mudanças desejadas.
PROBLEMA COM WEINTRAUB
Bolsonaro disse também que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não foi muito prudente em participar de manifestação domingo em Brasília. Em vídeo nas redes sociais, ele voltou a falar em “vagabundos” ao comentar o inconformismo de quem disse pagar imposto e ver corruptos roubarem.
Weintraub usou a expressão “vagabundos na cadeia” em reunião ministerial de 22 de abril, quando defendeu a prisão de ministros do Supremo.
“Quanto à participação do ministro no dia seguinte, um grupamento de pessoas que não foi aquele grupo de pessoas que soltou os fogos para cima do STF, eu acho que ele não foi muito prudente em ele participar desta manifestação, apesar de nada de grave ele ter falado ali. Mas não foi um bom recado ali”, disse.
“Por quê? Ele não estava representando o governo, estava representando a si próprio. Então, como tudo que acontece cai no meu colo, mais um problema que estamos tentando solucionar com o senhor Abraham Weintraub”, completou.
Bolsonaro reuniu-se com Weintraub nesta segunda, mas não foi questionado sobre isso durante a entrevista.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário