O Vaticano expressou sua "vergonha e dor" pelo novo escândalo de pedofilia que atinge a Igreja Católica nos Estados Unidos. É a primeira reação da entidade sobre a revelação das autoridades da Pensilvânia na última terça-feira 14 de que 300 sacerdotes pedófilos tinham estuprado ou abusado de mil crianças.
As vítimas foram silenciadas pelos agressores, que usaram a fé como arma e os padres foram sistematicamente acobertados pelas autoridades episcopais. A investigação abrange um período de 70 anos.
"As vítimas devem saber que o papa está do seu lado, aqueles que sofreram são sua prioridade e a Igreja quer ouvi-los para erradicar este horror trágico que destrói as vidas dos inocentes", afirma o comunicado da Santa Sé.
No documento, o papa Francisco declara entender que "esses crimes podem abalar a fé e o espírito dos crentes "e disse pretender "erradicar esse trágico horror ", segundo o comunicado do Vaticano.
A Igreja "deve aprender as duras lições de seu passado", afirma o texto, que promete que os culpados e aqueles que foram coniventes com esses crimes
Casos recorrentes
Esta não é a primeira vez que um júri popular publica um relatório revelando pedofilia na Igreja Católica americana, mas nunca uma investigação revelou tantos casos.
Os integrantes do júri declararam que "sacerdotes estupraram meninos e meninas e os clérigos que eram seus líderes não fizeram nada por décadas". O Vaticano, por sua vez declarou que "os abusos descritos no relatório são criminal e moralmente errados" e "roubaram das vítimas sua dignidade e fé".
Ele observa que a maioria dos casos revelados é anterior aos anos 2000, quando uma série de escândalos levou a igreja norte-americana a realizar "reformas drásticas".
Formas de controle
A Santa Sé "incentiva reformas constantes de vigilância em todos os níveis da Igreja para assegurar a proteção dos menores e adultos vulneráveis. Ela também salienta a necessidade de obedecer à lei civil, incluindo a obrigação de denunciar casos de abuso de menores".
No caso da Pensilvânia, o relatório final apresentado pelo júri afirma que "quase todos os casos" estão agora prescritos, o que impediria que fossem processados criminalmente.
Dois padres ainda foram, porém, considerados culpados. O primeiro por repetidas agressões sexuais contra várias crianças, as mais recentes datam de 2010, e o segundo acusado de agressão a uma criança de 7 anos. Este último se declarou culpado no fim de julho, mas foi condenado por um delito e não um crime, o que não pode gerar mais de cinco anos de prisão.
No fim de julho, o papa Francisco aceitou a renúncia do cardeal Theodore McCarrick, arcebispo emérito de Washington, acusado de abusar sexualmente de um adolescente.
Fonte: Carta Capital
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