sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

MST denuncia atentado contra acampamento em Goiás

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirma que dois vigilantes da Usina Santa Helena, em Goiás, efetuaram disparos contra o acampamento Leonir Orbak na última quarta-feira (4). 
 
De acordo com o MST, os tiros foram disparados na direção de um grupo de famílias, onde haviam também crianças. Os acampados afirmam que os atiradores fugiram, deixando cair um pente de munição. 
 
Junto com o Núcleo de Direitos Humanos de Rio Verde e Região, a direção do acampamento foi para a delegacia de Santa Helena realizar um boletim de ocorrência. O MST também afirma que houve descaso com a denúncia e que o delegado da região não de qualquer informação e também não providenciou diligências para conseguir mais provas sobre o ataque.
O conflito em Santa Helena começou em 2015, quando mais de quatro mil famílias ocuparam áreas que foram arrecadadas pela União junto à usina. O MST critica o Poder Judiciário e o Ministério Público da região afirmando que eles “demonstraram seu total comprometimento com os interesses da usina”. A usina faz parte do Grupo Naoum,  que deve R$ 1,1 bilhão de reais aos trabalhadores e à União.
 
O MST acusa o poder público de perseguir o movimento, com a prisão de militantes como  Luis Batista Borges, detido em abril e que permanece preso, e José Valdir Misnerovicz, que ficou preso durante 143 dias até ser solto por um habeas corpus concedido pelo STJ. 
 
Em protesto contra a perseguição e pela desapropriação da usina, famílias sem terra ocuparam a fazenda Ouro Branco em julho. Sua permanência foi garantida por decisão do Tribunal de Justiça de Goiás que suspendeu a reintegração de posse, emitida pelo juiz Thiago Boghi.
 
O acampamento em Santa Helena homenageia Leonir Orbak, militante do movimento que foi morto em ataque ao Acampamento Dom Tomas Balduíno, no município de Quedas do Iguaçu, no Paraná, em abril. 

FONTE: Jornal GGN

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