Em várias cidades do Brasil, panfletagens, atos, manifestações e
assembleias serão realizadas na próxima sexta-feira, 22 de março, o dia
Nacional de Luta em Defesa da Previdência.
A data marca a resistência dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o
Brasil contra o fim do direito à aposentadoria, que é o que vai acontecer se a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, da reforma da
Previdência de Jair Bolsonaro (PSL), for aprovada
pelo Congresso Nacional, onde está tramitando.
Sérgio Nobre, Secretário Geral da CUT, afirma que a data é um dia de
alerta para que a classe trabalhadora se conscientize sobre a realidade do
Brasil – de ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras - e um
esquenta para uma greve geral que deve acontecer, caso Bolsonaro insista em
aprovar a reforma da Previdência.
“Temos um grande motivo para uma greve geral e 22 de março será um dia
de alerta. A CUT e as centrais orientaram seus sindicatos, que estão dialogando
com os trabalhadores sobre o que representa essa reforma. A sociedade precisa
ter noção do que está acontecendo”, diz o dirigente.
Entre as principais perversidades da proposta estão
a obrigatoriedade da idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens
e 62 para mulheres, o aumento do tempo de contribuição 15 para 20 anos e o fim
das condições especiais para trabalhadores rurais e professores terem direito
ao benefício. A PEC da reforma da Previdência ainda traz a possiblidade de ser
implantado o regime de capitalização, em que o trabalhador contribui
mensalmente, em uma conta individual, administrada por financeiras privadas.
Se isso acontecer, o Brasil enfrentará uma tragédia. Muitos não
conseguirão se aposentar porque vão morrer antes disso. É cruel- Sérgio Nobre
Ele alerta ainda que em países como México e Chile, onde o sistema foi
adotado, o que se viu foi idoso com benefício reduzido de forma drástica e
vivendo de favores das famílias.
“Esse sistema de capitalização da previdência não serve para nada além
de atender aos interesses dos bancos, tirando o dinheiro do trabalhador. É
preciso entender que a Previdência também ampara as pessoas na viuvez, nos
acidentes de trabalho, na doença e se houver um desmonte, o estrago será
irreversível”, diz Sérgio Nobre.
Ele também considera que o Dia Nacional de Luta em Defesa da
Previdência é um alerta à classe trabalhadora sobre a realidade
imposta pelo governo Bolsonaro, que deu continuidade ao ataque aos direitos dos
trabalhadores, iniciado pelo ilegítimo Michel Temer (MDB), com ações como a
reforma Trabalhista e lei que ampliou a terceirização.
"Com Lula tivemos, no início do governo, programas como o Fome
Zero, para acabar com miséria no Brasil, mais direitos e geração de emprego e
renda. Bolsonaro já está há quase 90 dias no poder e até agora só o que fez foi
atacar os direitos”, lembra Sérgio, que completa: além de acabar com o sonho da aposentadoria, enganando o povo
brasileiro, o presidente fala apenas em flexibilização ainda maior
da lei trabalhista com a ideia da carteira verde-amarela com menos direitos aos
jovens que ingressam no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que ataca a
organização sindical por meio da Medida Provisória (MP) 873, que proíbe o
desconto em folha de pagamento das mensalidades pagas pelos trabalhadores aos
sindicatos.
Sérgio Nobre considera a MP uma atrocidade, “um ataque à democracia”.
Ele afirma que “é uma maldade do governo para neutralizar a luta dos sindicatos
pelos direitos dos trabalhadores, ameaçando inclusive autuar e prender a
diretoria das entidades que não mudarem o desconto em folha pela emissão de
boletos, conforme prevê a MP”.
Ledo engano de Bolsonaro se acha que vai nos derrotar. Se preciso, os
sindicatos vão passar até sacolinha nas portas de fábricas para arrecadar
fundos para fazer a luta dos trabalhadores- Sérgio Nobre
Manifestação Popular
O desmonte do sistema previdenciário, o fim do sonho da aposentadoria e
a tentativa de Bolsonaro ‘acabar de vez’ com as leis trabalhistas, na avaliação
de Sérgio Nobre, são motivos para que o trabalhador reaja é vá às ruas na
sexta-feira 22, Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência.
"A vida do trabalhador nunca foi fácil, mas foi sempre em momentos
de dificuldade que a nossa luta conquistou e manteve direitos. E agora não pode
ser diferente”, diz Sérgio, reforçando também a necessidade de pressionar
parlamentares para que votem contra a proposta porque, segundo ele, é desta
maneira que se sensibiliza parlamentares: “tem que dizer ‘camarada’, votei em
você para melhorar a vida do povo e não para tirar direito do trabalhador”.
Veja os locais onde serão realizados
atos no dia 22
São Paulo:
Capital: ato às 17h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista
Rio Grande do Sul:
Porto Alegre: ato às 18h, na Esquina Democrática
Mato Grosso do Sul:
Campo Grande: paralisação com ato público às 9h na Praça do Rádio Clube.
Em todo o estado a FETEMS realizou assembleias com os trabalhadores, que
aprovaram greve geral no dia 22.
Ceará:
Fortaleza: ato às 8h na Praça da Imprensa (bairro Dionizio Torres)
Santa Catarina:
Florianópolis: ato em defesa da Previdência, às 17h, no Ticen.
Acre:
Rio branco: ato e panfletagem às 8h, em frente à sede do governo do
estado (Palácio Rio Branco)
Fonte: CUT
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