quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

LULA: JUDICIÁRIO FEZ DENÚNCIA VAZIA CONTRA HADDAD NA ELEIÇÃO E ESCONDEU CASO QUEIROZ


O ex-presidente Lula reagiu nesta quarta-feira 27 à denúncia que havia sido apresentada contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad por corrupção e lavagem de dinheiro, e que acaba de ser arquivada pela 12ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Lula chama o processo de "absurdo" e lembra que ele prejudicou o então candidato do PT à presidência da República durante a campanha em 2018, com repercussão na imprensa tradicional, como a Globo.
Em uma postagem feita por sua equipe no Facebook, Lula compara ainda o processo contra Haddad com o caso de Fabrício Queiroz, que atinge em cheio a família Bolsonaro, mas "só foi aparecer depois da eleição". Queiroz era assessor direto de Flávio Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, acusado de receber dezenas de depósitos de outros servidores do gabinete do filho do presidente. Também foi ele quem indicou a contratação de integrantes de milícia do Rio de Janeiro para o gabinete de Flávio. 
"E Lula foi impedido de disputar, condenado por Moro por 'atos indeterminados'", termina a mensagem no Facebook. Confira:
Fonte: Brasil 247

Previdência: Gleisi desafia Bolsonaro a viver com R$ 400 ao mês


A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), desafiou, da tribuna da Câmara, Bolsonaro e a sua base aliada a viver um mês, “um único mês” com R$ 400. “Porque R$ 400 é o valor do piso da aposentadoria ou da assistência que a proposta de Previdência Social que esse governo traz para os trabalhadores brasileiros”, enfatizou a parlamentar, ao frisar que a quantia “é o que a maioria desta Casa gasta num jantar, talvez numa garrafa de vinho, mas é o que o governo Jair Bolsonaropropõe para o povo, logo ele, o presidente que se aposentou aos 33 anos de idade e que recebe R$ 27 mil por mês”.
Ainda em tom de desafio, Gleisi disse que os parlamentares não precisam olhar uns aos outros para aceitar a proposta. “Olhem para quem trabalha nesta Casa, para quem faz aqui os serviços gerais, para quem serve o nosso cafezinho, para quem limpa os corredores do Congresso. Essa gente sacoleja para chegar aqui nos ônibus, desde a periferia. Essa gente tem criança para criar, casa, família!”.
Segundo a presidenta do PT, aqueles que defendem essa proposta precisam explicar a estes trabalhadores o que o governo Bolsonaro pretende com essa reforma. “Tem que dizer para eles que o que estão propondo para a Previdência é que, para eles se aposentarem com o salário que ganham agora – que já é um salário pequeno -, eles terão que contribuir 40 anos, porque, se não contribuírem por 40 anos, ganharão apenas R$ 400”, reforçou.

 Vergonha nacional

Na avaliação da deputada, “é uma vergonha nacional” o que se faz com o trabalhador e com a trabalhadora brasileira! “R$ 400 a R$ 600, quem vive com esse recurso, com o salário pequeno que as pessoas ganham, com o desemprego que há neste País? Só um governo que não discutiu, que não teve coragem de, na campanha, fazer o debate”, acusou.
Gleisi Hoffmann salientou que Bolsonaro deveria ter dito para seus eleitores que iria mandar uma proposta de Reforma da Previdência que aumentaria o tempo de contribuição do trabalhador, que reduziria o piso de 1 salário mínimo para R$ 400. Uma reforma que vai tirar os direitos do trabalhador e da trabalhadora rural. “É de ter vergonha na cara!”, frisou.
Então, continuou Gleisi, para esse pessoal que “é vociferante aqui no plenário na defesa deste governo tão moralista, vivam com R$ 400! Se alguém aqui conseguir viver com R$ 400 por mês vai ter moral para votar a Reforma da Previdência de Jair Bolsonaro, porque, se não conseguir isso, é melhor que nós coloquemos essa reforma no cesto do lixo”, sugeriu.
Gleisi Hoffmann enfatizou que o povo brasileiro não merece isso, e citou que 50% da população vive com até 2 salários mínimos e não consegue emprego a vida toda. “Como vai pagar a Previdência?”, questionou.

 Proteção social

A presidenta nacional do PT citou ainda o sistema de proteção social (previdência, assistência e saúde) garantido na Constituição de 88 e lembrou que nos governos do PT foram desenvolvidas políticas públicas de proteção das pessoas, para que o mais pobre pudesse ter condições de sobreviver.
“Pensem os senhores! Nós vivemos em um País onde a maioria é pobre, onde as pessoas se viram para viver. Então, os senhores, que ganham perto de R$ 30 mil tenham a decência de não votar uma Reforma da Previdência que retira direito dos mais pobres”, pediu Gleisi Hoffmann.
Ela afirmou que a Bancada do PT que sempre esteve ao lado do povo brasileiro, junto com Lula, votará contra essa reforma e a favor do povo e dos trabalhadores brasileiros.

Justiça de São Paulo arquiva processo contra Fernando Haddad


Um dos maiores ataques sofridos por Fernando Haddad na campanha eleitoral de 2018 envolvia um processo descabido em que ele era réu porcorrupção passiva e lavagem de dinheiro. Jair Bolsonaro (PSL) usou isso de forma desenfreada e parte da imprensa também recorreu a essa invenção jurídica para atacar o petista, que afirmou em todas as ocasiões quesairia inocentado. Fato confirmado, nesta quarta-feira (27), pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que arquivou o processo.
Em sabatina na Globo News, no período das Eleições, o ex-prefeito afirmou: “todas as ações de improbidade que foram movidas contra mim eu ganhei e o Ministério Públiconão ganhou nenhuma, nem ganhará”. O processo teve início após uma colaboração premiada do empresário Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC Engenharia. O empreiteiro, no entanto, teve uma obra com suspeita de fraude e superfaturamento interrompida por Haddad, quando ele assumiu a Prefeitura de São Paulo.
O relator do caso, o desembargador Vico Mañas, afirmou, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, que a denúncia não explica a vantagem pretendida pelo empreiteiro e ainda confirma que os interesses da empresa foram contrariados pela gestão municipal de Haddad, que cancelou o contrato assinado.
O descabimento do processo era tanto, que até o representante do Ministério Público concordou com o relator do caso e destacou ainda que houve falha na descrição do crime e que não haviam elementos para justificar a ação penal.
O ex-presidente Lula comentou o justo arquivamento do processo contra Haddad e ainda criticou a seletividade durante as eleições. “Denúncia descabida foi feita durante eleição, prejudicando Haddad quando já era candidato e beneficiando Bolsonaro. Já o caso Queiroz só foi aparecer depois da eleição e Lula foi impedido de disputar condenado por ‘atos indeterminados'”, diz a mensagem no Twitter do ex-presidente.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo

Transporte Escolar receberá investimento de R$ 39 milhões em 2019 do Governo do RN

Em 2019, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação, vai investir em torno de R$ 39 milhões no Programa Estadual de Transporte Escolar (Petern). O repasse aos municípios aderidos ao Programa foi reajustado em 10% no valor de cada aluno transportado, alterando de R$ 3,00, para R$ 3,30.

Dos 167 municípios do estado, 159 municípios já aderiram ao programa neste ano.

O acompanhamento e fiscalização dos serviços de Transporte Escolar prestados aos estudantes, ocorre através da Comissão Permanente de Acompanhamento e Fiscalização do Transporte Escolar -  CPATE, em articulação com as Diretorias Regionais de Educação. 

"Os gestores municipais que ainda não aderiram, mas têm interesse no Petern, podem procurar a Coordenação dos Órgãos Regionais de Educação  - CORE - PETERN, na sede da SEEC, para formalizarem a adesão", informou a presidente da Comissão Sônia Ferreira Negri.

Frota e manutenção
A frota também foi beneficiada com o investimento. Quatro novos ônibus foram adquiridos, totalizando 276 veículos. De acordo com dados do Censo 2018, esses ônibus realizam o transporte de 57.218 mil estudantes das comunidades da zona rural e urbana dos municípios do RN, pertencentes as escolas estaduais e municipais.
Por ocasião do repasse periódico desse recurso, fica a cargo das prefeituras a execução do serviço de transporte de alunos bem como a manutenção e revisão dos ônibus que rodam em seu território.

Fonte: Governo do RN

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Em defesa do trabalhador rural, Zenaide Maia diz que o Governo deve cobrar de quem deve


Da senadora Zenaide Maia (Pros) em seu discurso na audiência pública promiovida pelo deputado Chico do PT sobre a aposentadoria rural:

“Sou contra. Primeiro cobre de quem deve”, disse Zenaide, lembrando que o Governo ‘tira bilhões da seguridade com a DRU’.

A DRU (Desvinculação de Receitas da União), aprovada em 2016, aumenta a flexibilidade para que o governo use parte dos recursos do orçamento com despesas que considerar mais importantes.

A autorização deixa o Governo livre para usar 30% das receitas específicas.

Porém, a proposta enviada ao Congresso elimina a Desvinculação de Receitas da União (DRU) de contribuições que financiam saúde, assistência social e Previdência Social.

Fonte: Blog da Thaisa Galvão

Agricultores lotam Assembleia para debater aposentadoria rural em Audiência Pública promovida pelo Mandato de Chico do PT


O deputado Chico do PT lotou a Assembleia Legislativa na audiência pública que promove durante toda a manhã, em Natal, para debater a Medida Provisória 871, que trata da aposentadoria rural na reforma da Previdência desenhada pelo secretário da Previdência, o ex-deputado federal do Rio Grande do Norte, Rogério Marinho, e apresentada na Câmara dos Deputados pelo presidente Jair Bolsonaro.

Trabalhadores rurais e entidades representantes, lideranças do interior, e os senadores Zenaide Maia (Pros) e Jean-Paul Prates (PT), e o deputado federal Benes Leocádio (PTC) participaram da audiência e se posicionaram em favor do trabalhador rural.

Também participaram da audiência os deputados estaduais Isolda Dantas (PT), Nelter Queiroz (MDB), Raimundo Fernandes (PSDB), Coronel Azevedo (PSL) e Hermano Morais (MDB).

No vídeo abaixo, o Plenarinho lotado.

Os presentes que não conseguiram espaço no Plenarinho, onde acontece a audiência, foram acomodados nas galerias do Plenário principal, onde os debates foram transmitidos pela TV.

Do lado de fora, um carro de som transmitia todos os debates ocorridos dentro da Assembleia.

Fonte: Blog da Thaisa Galvão
Foto: Saiba Mais

MOURÃO: “EM HIPÓTESE ALGUMA” EUA USARÃO BRASIL PARA ATACAR VENEZUELA


O governo brasileiro não considera “em hipótese alguma” permitir que os Estados Unidos usem o território do Brasil numa eventual intervenção na Venezuela, disse nesta segunda-feira o vice-presidente, Hamilton Mourão, em entrevista à GloboNews em Bogotá, onde participa de reunião do Grupo de Lima.
Na entrevista, Mourão também afirmou que o Brasil trabalha para evitar que a crise venezuelana gere um conflito na região e disse que seria “muito ruim” trazer para a América do Sul um clima similar ao que existia na época da Guerra Fria.
“O Brasil não considera isso em hipótese alguma”, disse Mourão ao ser indagado se o país permitiria que os EUA usassem seu território numa eventual intervenção.
“Você tem que lembrar sempre que qualquer presença de força estrangeira no nosso país tem que ter autorização do Congresso Nacional, o governo não pode pura e simplesmente fazer isso”, explicou o vice, adicionando que “a maioria” do governo do presidente Jair Bolsonaro é contra permitir que os EUA usem o território brasileiro para uma intervenção no país vizinho.
Fonte: Brasil 247

domingo, 24 de fevereiro de 2019

"Chegou a hora" de erradicar os abusos sexuais, diz o Papa


O Papa Francisco disse neste domingo, 24, no Vaticano, que “chegou a hora” da Igreja e sociedade unirem forças para “erradicar” os abusos sobre menores, que considerou uma “brutalidade” e “monstruosidade”.
“Chegou a hora de encontrar o justo equilíbrio de todos os valores em jogo e dar diretrizes uniformes para a Igreja, evitando os dois extremos: nem judicialismo, provocado pelo sentimento de culpa face aos erros passados e pela pressão do mundo midiático, nem autodefesa que não enfrenta as causas e as consequências destes graves delitos”, declarou, no discurso conclusivo da evento inédito que decorreu deste quinta-feira, 21.
O Papa presidiu a Missa de conclusão do encontro, na Sala Régia do Palácio Apostólico, junto aos 190 participantes do evento: presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo e chefes de Igrejas Orientais, superiores gerais de institutos religiosos, membros da Cúria Romana e do Conselho de Cardeais.
“O objetivo da Igreja será ouvir, tutelar, proteger e tratar os menores abusados, explorados e esquecidos, onde quer que estejam”, apontou.

Não tolerar nenhum caso de abuso

No final da Missa, Francisco deixou um “sentido apelo à luta total contra os abusos de menores”, tanto no campo sexual como noutros campos, por parte de todas as autoridades e dos indivíduos, falando em “crimes abomináveis que devem ser eliminados da face da terra”.
O melhor resultado e a resolução mais eficaz que podemos oferecer às vítimas, ao Povo da Santa Mãe Igreja e ao mundo inteiro são o compromisso em prol duma conversão pessoal e coletiva, a humildade de aprender, escutar, assistir e proteger os mais vulneráveis”.
A intervenção destacou a intenção de não tolerar “um único caso de abuso na Igreja” e admitiu que existe uma “ira justificada” das pessoas perante estas situações.

“Atualmente cresceu na Igreja a consciência do dever que tem de procurar não só conter os gravíssimos abusos com medidas disciplinares e processos civis e canônicos mas também enfrentar, decididamente, o fenômeno dentro e fora da Igreja”, apontou o Pontífice.
Após quatro dias de trabalhos com representantes dos cinco continentes, o Papa destacou que o “flagelo” dos abusos sexuais está presente em todas as culturas e sociedades, comparando-o à prática dos “sacrifícios humanos do passado”.
Francisco realçou que, embora não se perceba a “verdadeira extensão do fenômeno”, até porque as vítimas “raramente desabafam e buscam ajuda”, milhões de crianças no mundo são vítimas de exploração e de abusos sexuais.
“A primeira verdade que resulta dos dados disponíveis é esta: quem comete os abusos, ou seja, as violências (físicas, sexuais ou emotivas) são sobretudo os pais, os parentes, os maridos de esposas-meninas, os treinadores e os educadores”, apontou.

Universalidade dos abusos

O discurso citou dados da ONU e outras instituições internacionais sobre os abusos dentro das famílias, da escola, no esporte e, “infelizmente, também o ambiente eclesial”, além do aumento de casos online e do “turismo sexual”.
Devemos ser claros: a universalidade de tal flagelo, ao mesmo tempo que confirma a sua gravidade nas nossas sociedades, não diminui a sua monstruosidade dentro da Igreja”.
O Papa retomou uma das preocupações que tem demonstrado, neste campo, a do “abuso de poder”, que considera presente também nas outras formas de abusos de que são vítimas quase 85 milhões de crianças: “as crianças-soldado, os menores prostituídos, as crianças desnutridas, as crianças raptadas e frequentemente vítimas do monstruoso comércio de órgãos humanos, ou então transformadas em escravos, as crianças vítimas das guerras, as crianças refugiadas, as crianças abortadas”.

Manifestação do mal

Francisco disse que estes fenômenos são uma “manifestação atual do espírito do mal”, que exige, por parte dos católicos, uma resposta também espiritual.
O discurso deixou um agradecimento a todos os sacerdotes e consagrados que se sentem “desonrados e desacreditados” pelos vergonhosos comportamentos dalguns dos seus confrades e desafiou todos a “transformar este mal em oportunidade de purificação”.
“O santo e paciente Povo fiel de Deus, sustentado e vivificado pelo Espírito Santo, que é o rosto melhor da Igreja profética que, na sua doação diária, sabe colocar no centro o seu Senhor. Será precisamente este santo Povo de Deus que nos libertará do flagelo do clericalismo, que é o terreno fértil para todos estes abomínios”, concluiu.
A inédita cimeira convocada pelo Papa contou com testemunhos de vítimas, relatórios e reflexões de bispos e religiosos dos cinco continentes, bem como de uma vaticanista mexicana, sobre a comunicação nestes casos.
Fonte: Canção Nova

Abertura da Assembleia Internacional dos Povos celebra resistência dos venezuelanos


Assembleia Internacional dos Povos (AIP) foi inaugurada neste domingo (24) na capital venezuelana, Caracas, com a participação de mais de 400 delegados de 85 países diferentes. Organizado por movimentos populares de todos os continentes, o evento ocorre em meio à tentativa frustrada de golpe contra o presidente eleito Nicolás Maduro pelo opositor Juan Guaidó, com apoio de países como Estados Unidos e Brasil.
A mesa de abertura teve a participação de João Pedro Stedile, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina Internacional, e da prefeita de Caracas, Érika Farías, além do diretor do Instituto Tricontinental, Vijay Prashad, e da representante do projeto Educação Popular dos Estados Unidos, Claudia de la Cruz. 
Farías foi a primeira a falar e lembrou que os ataques ao processo revolucionário venezuelano duram mais de duas décadas. “Nós somos um povo que, em 20 anos, aprendeu muito. E, por isso, somos um povo consciente do seu passado, seu presente, e do futuro que queremos construir”, afirmou. 
“Desde 1999 até hoje, esse é um povo que luta e que se mantém vencendo. Isso foi o que aconteceu nesses dias, com a pantomima que armaram na nossa fronteira", prosseguiu. "Ontem, um jornalista me perguntava: e amanhã, dia 24, o que vai acontecer? E eu disse: bom, amanhã o que vai acontecer é que vai começar a Assembleia Internacional dos Povos, Nicolás Maduro continua sendo o presidente da República Bolivariana da Venezuela, e o povo da Venezuela continua lutando, construindo, trabalhando”, finalizou a prefeita.
Na sequência, Stedile esclareceu os objetivos da articulação em torno da AIP, que envolve organizações de mais de 130 países de todo o mundo. “Aprendemos, com o intercâmbio que fizemos para construir esse processo internacional, que compartilhamos sonhos com todos os que estão aqui. Precisamos construir unidade através de uma reforma programática, e o estamos fazendo muito bem. Todas as formas nas quais o povo se organiza são importantes, seja associações, movimentos, partidos, sindicatos, igrejas”, ressaltou o dirigente brasileiro. 
A representante dos Estados Unidos, Claudia de la Cruz, chamou atenção para a inversão de prioridades do governo dos Estados Unidos em 2018. Segundo ela, Trump investiu cerca de 600 bilhões de dólares em defesa, contra 190 bilhões em programas de redução da pobreza e garantia de direitos como educação, trabalho e moradia. 
Vijay Prashad finalizou a mesa de abertura enaltecendo o papel dos meios de comunicação e das redes sociais e a necessidade de uma ofensiva contra-hegemônica por parte dos movimentos populares em todo o mundo. “Estamos em uma guerra de ideias, e as forças do capitalismo controlam os meios que produzem essas ideias”, alertou. “Estamos aqui em Caracas para dizer: tirem as mãos da Venezuela”, concluiu.
No último sábado (23), Juan Guaidó, deputado venezuelano opositor ao governo de Nicolás Maduro, que se autoproclamou presidente interino do país, participou de uma ação nas fronteiras com a Colômbia e o Brasil, para forçar a entrada de “ajuda humanitária” no país. O governo venezuelano rejeitou a suposta ajuda por considerá-la um “cavalo de Troia”, ou seja, um pretexto para a entrada de armas e munições para grupos opositores ao governo. 
Cronologia da tentativa de golpe
Os debates da Assembleia Internacional dos Povos, que termina no próximo dia 27, se concentram sobre o avanço dos governos de direita e extrema direita pelo mundo e na ofensiva imperialista contra o povo da Venezuela. 
Uma mesa de discussão será destinada a discutir especificamente a atual situação política e econômica no país latino-americano e a resistência à ofensiva que começou em 2015 – quando foram realizadas eleições para os 167 deputados e deputadas da Assembleia Nacional venezuelana. Na ocasião, a oposição ao governo Maduro conquistou ampla maioria, e por somente quatro deputados não conseguiu a maioria qualificada de dois terços dos postos, necessária para a aprovação de emendas constitucionais. Ainda assim, com a Assembleia sob controle dos partidos de oposição, quatro deputados não eleitos foram empossados, o que gerou a imediata reação do Judiciário, que suspendeu algumas das atribuições do Legislativo.
Por conta dessa decisão judicial, em 2017, grupos opositores tomaram as ruas do país e promoveram ataques violentos contra pessoas e edifícios públicos – as ações ficaram conhecidas como “guarimbas”. Diante desse cenário, o governo venezuelano convocou uma mesa de diálogo, realizada na capital da República Dominicana, Santo Domingo. 
Embora o governo venezuelano tenha atendido a quase todas as reivindicações dos grupos opositores, estes decidiram abandonar a mesa de diálogo, sob protestos dos mediadores – entre eles, o ex-primeiro-ministro espanhol, José Luiz Rodríguez Zapatero. Maduro, então,  convocou a eleição para uma Assembleia Nacional Constituinte, com o objetivo de renovar os poderes do país e frear a onda de violência. 
A eleição para a Assembleia Constituinte foi realizada no dia 30 de julho de 2017. No dia 20 de maio do ano seguinte, foi realizada a eleição para presidente da República. Embora muitos setores da oposição tenham decidido voluntariamente não participar do pleito e convocado à abstenção, a eleição teve a participação de 46% do eleitorado, resultando vitorioso o presidente Maduro com 67,84% dos votos, que renovou o mandato por mais seis anos. 
Insatisfeitos com o resultado, países governados pela direita, principalmente a gestão de Donald Trump, nos Estados Unidos, decidiram intensificar as pressões sobre a Venezuela por meio de bloqueios de bens e divisas no exterior, provocando uma crise econômica sem precedentes no país. No dia 10 de janeiro de 2019, o deputado da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino do país, desconhecendo o processo eleitoral que elegeu Nicolás Maduro. 
A legitimidade de Guaidó foi reconhecida por governos de direita em uma ação articulada por Trump em janeiro. As Forças Armadas, bem como os máximos representantes do Judiciário da Venezuela, reconhecem a autoridade de Nicolás Maduro como presidente legítimo, eleito pelo voto popular.
*Com colaboração de todo o coletivo de comunicação da AIP.
Edição: Daniel Giovanaz
Fonte: Brasil de Fato

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Reforma da Previdência de Bolsonaro joga rurais na miséria


A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 06/2019, da reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) pode retardar ou até acabar com o direito à aposentadoria dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, em especial dos agricultores e das agricultoras familiares, que nem sempre têm renda para contribuir com o INSS, e por isso estão na categoria de “segurados especiais”.
Se o Congresso Nacional aprovar a PEC, a idade mínima para os rurais requererem o benefício será de 60 anos tanto para os homens quanto para as mulheres. Além disso, os rurais terão de contribuir por 20 anos e as famílias (grupo familiar) terão de contribuir com, no mínimo, R$ 600,00 ao ano, mesmo se não produzirem e, portanto, não venderem nada, no período.
Atualmente, a idade mínima de acesso à aposentadoria dos trabalhadores da agricultura familiar é de 55 anos para as mulheres e 60 para os homens, com obrigatoriedade de comprovar 15 anos de atividade rural.  Pela Lei atual, os rurais só precisam comprovar esse período por meio de documentos especiais como o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e a Cédula Territorial Rural (CIR). É possível ainda comprovar a atividade com declarações de testemunhas e atestados complementares de sindicatos da categoria.
Com sua reforma, Bolsonaro tira o direito constitucional dos rurais que não têm como pagar o INSS de se aposentar. Pela proposta do governo, os 20 anos exigidos para contribuição teriam de ser comprovados por meio das notas de comercialização.
Já no caso dos rurais que têm bloco de notas comprovando a comercialização dos produtos, a contribuição é hoje de cerca de 1,2% sobre o valor das notas.
Se as contribuições não atingirem os R$ 600,00 previstos na PEC, os trabalhadores serão obrigados a complementar de outra maneira, como carnês, por  exemplo.
Para Marcos Rochinski, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf-Brasil), Bolsonaro vai criar um grande problema, em especial, para as famílias mais pobres.
“No Nordeste, por exemplo, boa parte dos estados ainda não implantou o bloco de produtor. Por isso, a maioria dos trabalhadores é obrigada a comercializar sem a nota e não terá como comprovar”.
O dirigente alerta também que, por ter baixa renda, cerca de 60% das famílias não terão condições de recolher os R$ 600,00 ao ano e estarão automaticamente excluídas da Previdência.
“Isso penaliza de forma cruel a população mais pobre, mais excluída, que tem dificuldades de acessar um processo mais estruturado de produção, comercialização e contribuição”, diz o dirigente.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Contag), Aristides dos Santos, diz que Bolsonaro desconsidera uma categoria importante para a economia brasileira e a até a proteção o que os constituintes determinaram para os rurais.  
A Constituição Cidadã de 1988 entendeu que era necessário tratar os agricultores familiares como uma categoria especial. Esse governo [Bolsonaro] argumenta que não contribuímos, mas não é verdade. Contribuímos com o que compramos, com o que vendemos e com a sociedade, quando cuidamos do meio ambiente- Aristides dos Santos
Aristides lembra ainda que os trabalhadores da categoria produzem mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros e podem contribuir ainda mais para o desenvolvimento sustentável do Brasil, porém o estado não organiza a forma de arrecadação de modo que o sistema funciona de forma justa e efetiva.
Marcos Rochinski reforça a avaliação de Aristides sobre a questão econômica lembrando que a dificuldade de acesso à renda é estrutural e o reconhecimento à categoria significa promover políticas públicas e proteção social que resultam em um processo de distribuição de renda, importante para a economia do país. Ele cita como exemplo os milhares de pequenos municípios que sobrevivem e se desenvolvem por causa dos benefícios pagos pelo INSS.
Além disso, explica, que se a renda diminui, as famílias se desestruturam, o que compromete a produção de alimentos e, a longo e médio prazo, causa um impacto na população com aumento de preços e acesso aos alimentos produzidos.
Esse governo tem uma visão antissocial e desvaloriza o campo- Marcos Rochinski
“Vão nos empurrar para a indigência, para a pobreza e não podemos deixar isso acontecer. A sociedade e o Congresso têm o dever de ajudar a derrubar essa proposta”, complementa Aristides Veras.
Mais uma reforma que penalizará a mulher
Para a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, igualar a idade mínima de aposentadoria é uma injustiça com as mulheres do campo que “começam muito cedo na luta, grande parte aos 13, 14 anos de idade e ainda têm outras responsabilidades, como casa, filhos e até mesmo o papel reprodutivo”.
Carmen, que também é trabalhadora rural, considera extremamente grave a incapacidade do governo ao formular a proposta. “Ele [Bolsonaro] reconhece que em outros setores a mulher deve trabalhar menos tempo, mas no nosso caso temos que trabalhar a mesma coisa?”, questiona a dirigente.
Bolsonaro acha que temos qualidade de vida? Que temos uma vida melhor que as outras mulheres e por isso não precisamos desses três ou cinco anos a menos?- Carmen Foro

Entenda como a reforma prejudica os rurais

Transição
Se a PEC for aprovada, o período de transição para o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos começa em 2020, aumentando para 15 anos e meio e chegando aos 20 anos em 2029.
Já o período de transição para a regra que aumenta a idade mínima para as mulheres se aposentarem, começa em 1° de janeiro de 2020. A partir daí, a idade mínima para a aposentadoria será acrescida em seis meses a cada ano, até atingir os 60 anos.
Assim, em 2020, a trabalhadora rural só poderia se aposentar com 55 anos e seis meses de idade. E em 2029, com os 60 anos, como quer Bolsonaro.
Assalariados rurais
O texto da PEC da reforma da Previdência determina regras também para os assalariados rurais, que teriam de contribuir com uma alíquota progressiva sobre o salário de contribuição.
Dessa forma, quem recebe até um salário mínimo por mês (R$ 998,00), pagaria 7,65% à previdência, chegando a 14% para quem ganha o teto, de R$ 5.839,00
Pensão por morte:
A proposta de reforma da Previdência prevê a possiblidade de os trabalhadores rurais acumularem aposentadoria e pensão por morte, mas com um dos valores sofrendo redução. Um dos benefícios seria de 80% do valor do salário mínimo, ou seja, R$ 798,40, em valores atuais.
O valor da pensão por morte dos viúvos e órfãos também será reduzido para metade do valor do benefício recebido pelo aposentado. A PEC prevê aumentar a pensão em 10% para cada dependente, até atingir 100% do valor.
BPC
A proposta de Bolsonaro eleva também a idade mínima de 65 para 70 anos para que idosos em situação de miserabilidade, que não conseguem se aposentar, tenham acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e reduz o valor mensal pago aos beneficiários.
Hoje, as pessoas em condição de miserabilidade, caso de alguns rurais, recebem um salário mínimo (R$ 998,00) a partir dos 60 anos. Se a proposta de Bolsonaro for aprovada, receberá R$ 400,00 a partir dos 60 e só conseguirá receber um salário mínimo quando, e se, completar 70 anos.
Mobilização
A CUT, a Contag e a Contraf-Brasil apostam na pressão a parlamentares e mobilização não somente da categoria, mas de toda a classe trabalhadora e da sociedade para barrar a reforma da Previdência.
A vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, alerta que será “uma devastação geral e que todos precisam entender o que está acontecendo”.

FONTE: CUT