Eleito na esteira de um atentado suspeito – que voltou à tona após divulgação do documentário “Facada no mito” – e sem explicações convincentes sobre um suposto “esquema laranja” envolvendo o ex-assessor do filho, Flávio Bolsonaro (PSL/RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o capitão da reserva e ex-deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) toma posse na tarde desta terça-feira (1º) como 42º Presidente da República do Brasil.
Em entrevista à Rede Record, do amigo e apoiador Bispo Edir Macedo, divulgada na noite desta segunda-feira (31), Bolsonaro disse que Fabrício Queiroz, o ex-PM que assessorou o filho, nunca foi seu “laranja”. “Esse negócio de caixa dois, de laranja, de mim ele nunca foi”, disse.
Com uma campanha feita basicamente por meio das redes sociais – com grupos que disseminavam fake news – o capitão da reserva se retirou dos debates após atentado com uma faca durante a campanha na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Na investigação, em princípio a Polícia Federal concluiu que o crime foi cometido por Adélio Bispo, que teria agido sozinho. Mas, um dia depois da conclusão da apuração, um segundo inquérito foi aberto. Às vésperas da eleição, o vídeo “Facada no Mito” viralizou, com suspeitas sobre o atentado.
Guinada à extrema-direita
Com um discurso de ódio, que atraiu apoios de organizações como a Ku Klux Klan, e apoiado pela direita ultra-liberal internacional de Stevie Bannon – ex-assesor de Donald Trump -, o capitão da reserva Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente do Brasil e deve levar o país a uma nova aventura autoritária, aos moldes da ditadura militar, elogiada por ele antes e durante a campanha.
Militar reformado, Bolsonaro é deputado federal desde 1991 – há 7 mandatos – e foi eleito com um discurso de ódio ao PT, chegando a defender, em um comício no Acre, “fuzilar a petralhada”. Sua campanha foi feita principalmente pelas redes sociais e envolveu denúncias de Caixa 2.
Em discurso na avenida Paulista, prometeu em seu governo fazer “uma limpeza nunca vista na história desse Brasil” e foi mais além: “A faxina agora será muito mais ampla. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria. Essa pátria é nossa. Não é dessa gangue que tem bandeira vermelha e a cabeça lavada”.
Capitão reformado do Exército, Bolsonaro será o 16º militar a ocupar a Presidência da República do Brasil, o 3º eleito pelo voto direto. Escolheu para o primeiro escalão seis militares, representantes das três Forças Armadas.
O presidente eleito quer se projetar internacionalmente como nova força da extrema-direita. Para isso, busca aproximar-se de gestões como a de Donald Trump, nos EUA, e de Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel que veio ao Brasil para a posse.
Fonte: Revista Fórum
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