A assessoria jurídica da
coligação “O Brasil Feliz de Novo”, que reúne PT, PC do B e Pros em torno
da candidatura de Fernando Haddad, entrou, nesta quinta-feira (18), com uma
ação de investigação eleitoral judicial junto ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), adversário de Haddad no
segundo turno das eleições para Presidência da República, por abuso de
poder econômico e uso indevido dos veículos e meios de comunicação digital.
Na ação, a coligação
alega que há fortes indícios de que foram comprados pacotes de disparos em
massa de mensagens mentirosas contra o Partido dos Trabalhadores pelo WhatsApp, de acordo com
reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.
As compras,
segundo denúncia do jornal, foram todas realizadas por empresários que apoiam
publicamente Boslonaro, como Luciano Hang, dono da Havan. Tais condutas revelam
três tipos de crime eleitoral: doação de pessoa jurídica, utilização de
perfis falsos para propaganda eleitoral e compra irregular de cadastros de
usuários.
A ação pede a
busca e apreensão de documentos na casa do dono da Havan e na sede da empresa,
além da solicitação de todos os registros contábeis e quebra de sigilo
bancário, financeiro e telemático de Hang e das empresas Quick Mobile Desenvolvimento
e Serviços, Yacows Desenvolvimento de Software, Croc Service Soluções de
Informática e SMSMarket Soluções inteligentes, que teriam contratado o serviço
do WahtsApp.
“É uma ação
que se chegar a suas consequências finais pode levar à inelegibilidade do
candidato”, disse a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em coletiva de
imprensa logo após visitar o ex-presidente Lula, mantido como preso político na
sede da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril deste ano.
“Onde é que
está contabilizado na campanha do candidato esses R$ 12 milhões que hoje a Folha
de S.Paulo traz na sua matéria?”, questiona Glesi se referindo
aos valores que teriam sido pagos para que as mensagens mentiroas fossem
disparadas via WahtsApp.
Segundo Gleisi, medidas
cautelares também foram impetradas junto ao TSE para que essas práticas ilegais
sejam interrompidas imediatamente. “É muito grave o que está acontecendo no
país. Isso mostra que a tal onda política não é bem uma onda de convencimento
da população e do eleitorado pelas causas ou pelas propostas do candidato”.
Mas, na
verdade, continua Gleisi, “foi construída nos subterrâneos da internet com uma
fábrica de mentiras, de ataques ao PT, de ataques ao Haddad e ao presidente
Lula, induzindo a população a ter um entendimento errado sobre o que estava
acontecendo”.
Para a
senadora, Bolsonaro é um candidato ausente. “Ele diz que não tem controle sobre
as ações violentas que ele incita seus seguidores a fazerem e diz que não tem
conhecimento de doações empresariais, sendo que ele se reúne com esses
empresários em convescotes. Quantas vezes ele não esteve com o dono da Havan,
que é um dos patrocinadores?”, questionou.
Visita ao Lula
A presidenta
nacional do PT disse que o ex-presidente Lula está confiante na virada e que
conseguiu compreender somente agora o que está se passando no processo
eleitoral, após ter o conhecimento das fraudes utilizadas pela campanha de
Bolsonaro.
Fonte: CUT
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