Durante a manhã desta sexta-feira (7), na sede do Dieese, na
região central de São Paulo, aconteceu a Plenária do Setor de Transportes, que
decidiu pelo apoio da categoria à greve geral. Uma nova reunião foi convocada
para o próximo dia 21, para decidir os detalhes da participação do setor na
paralisação.
A
plenária, convocada pela CUT e demais centrais sindicais, foi precedida por uma
analise conjuntural do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. “Desde
2008, os trabalhadores do mundo sofrem com a crise econômica que nos aflige. O
Brasil conseguiu se esquivar em 2008, porém desde o ano passado sentimos os
efeitos dessa crise, que já é uma das maiores de nossa história”, explicou.
Para
Clemente, o avanço da direita não é um fenômeno brasileiro, ele se repete na
América Latina e na Europa. “Essa mudança política cobrará severamente da
classe trabalhadora as perdas provocadas pela crise”, afirmou o dirigente, que
está pessimista com a retomada da economia brasileira. “No cenário mais
otimista, o desemprego só voltará a crescer após a metade de 2017.”
O diretor
técnico do Dieese criticou a PEC 241, que restringe os gastos do governo por 20
anos. “Ao invés do Estado brasileiro animar o mercado, o Estado brasileiro está
restringindo seus investimentos. Em momentos de crise, quem anima o mercado é o
Estado. Então, não há perspectiva de que a locomotiva do Estado vá puxar nossa
economia”, afirmou Clemente, para quem, a possível aprovação do projeto irá
causar um efeito dominó no Brasil. “Se essa PEC for aprovada, vai exigir que o
governo mexa na Previdência, que deve ser votada em 2017. Aliás, assim que
aprovar a PEC 241, o governo dirá que é forçado a mexer na previdência pois
deve, por lei, gastar menos.”
Coordenando
a mesa da plenária, o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, lembrou que
“sobram motivos para uma greve geral”. “A crise econômica aprofundou o
desemprego no Brasil. Com o desmonte da Petrobrás e a entrega do Pré-sal, vai
aumentar ainda mais o desemprego. As reformas do Trabalho e Previdência irão
ser colocadas em pauta no Congresso. Para todos os lados, quem perde é só a
classe trabalhadora.”
Ainda
de acordo com o dirigente Cutista, seria impossível pensar uma greve geral sem
a participação do setor de transportes. “É uma categoria importante para a
classe trabalhadora. Na construção da paralisação, vocês são fundamentais, só
assim podemos parar o País”, encerrou.
Adesão
Durante
a plenária, houveram diversas manifestações de apoio à greve geral. Entre elas,
do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Intermunicipais da Bahia, através
de seu presidente, Euvaldo Alves.
“Não
vamos deixar de defender e participar da greve geral. Vamos para as ruas, mas é
importante que haja adesão de outras categorias, a unidade é fundamental neste
momento, sem ela não conseguiremos convencer a população”, afirmou o dirigente.
Roberval
Place, da Federação Interestadual dos Ferroviários da CUT, falou sobre a adesão
‘a paralisação. “O importante dessa greve geral é que ela ajuda a alertar a
população brasileira que ela é a vítima desse governo, não apenas a classe
trabalhadora.”
Entusiasta
da paralisação, o dirigente do Sindicato de Rodoviários de Sorocaba, Marcilio
Jesus Garcia, pediu que os sindicalistas mobilizem suas bases. “Hoje, é o
pontapé inicial para uma greve geral que defenderá a classe trabalhadora. Nós
temos que ir às ruas, temos a responsabilidade de representar a classe
trabalhadora, não podemos decepcionar.”
No
final do encontro, Paulo João Eseausia, presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Transportes Logísticos (CNTTL), defendeu a participação dos
caminhoneiros na greve geral. “Temos dificuldades por conta da legislação. O
problema é que a grande maioria é autônoma, então é tratada como patrão pela
lei. Logo, quando paramos, é tido como locaute organizado por patrões e as
multas são altíssimas. Apesar disso, iremos fechar rodovias e manter uma
estratégia de paralisação que garanta uma grande adesão dos caminhoneiros”,
encerrou.
FONTE: CUT
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