O reflexo da medida de
Michel Temer vai acabar com a valorização das mulheres e sua autonomia
econômica no campo.
Escrito
por: Assessoria de Comunicação da CONTRAF BRASIL - Patrícia Costa
Com as mudanças nas
estruturas do governo federal tomadas por Michel Temer outra decisão que agrava
negativamente as políticas de desenvolvimento agrário é o fim da Diretoria de
Políticas para as Mulheres Rurais. A medida veio com o decreto 8.865 publicado
no último dia 29 de setembro.
As lideranças da CONTRAF BRASIL expressam o repúdio
a decisão e conclamam que os movimentos e sociedade não fiquem calados diante
mais essa exclusão.
“Esse governo começa a pôr em prática tudo o que já
ameaçava desde o início. Tínhamos uma secretaria que viabiliza e construía com
os movimentos sociais as ações que garantiam o acesso das mulheres aos
programas de inclusão, de trabalho, de assistência e que refletia na qualidade
de vida e reparava a desigualdade de gênero, que ainda é grande neste país”
comenta a coordenadora da secretaria geral da CONTRAF BRASIL, Josana de Lima.
O reflexo da medida de Michel Temer vai acabar com
a valorização das mulheres e sua autonomia econômica no campo. A antiga
Diretoria de Políticas para as Mulheres Rurais tinha dentre seus objetivos,
articular e elaborar ações transversais que levem em conta os direitos
econômicos das mulheres trabalhadoras rurais; implementar ações, elaborar,
promover e avaliar a execução de programas e projetos de promoção de igualdade
de gênero no âmbito do Ministério; contribuir para a formulação de
políticas de promoção de igualdade de gênero, observando as relações
étnico-raciais e geracionais; articular ações interinstitucionais
necessárias para a implementação de políticas públicas para mulheres
trabalhadoras rurais.
“Mais uma vez iremos viver um processo de exclusão, não vamos
aceitar que nos retirem os diretos que com muita luta conquistamos”, diz
Cleoneide Acioli, agricultora familiar da região do Rio Grande do Norte.
Já
sofremos a desigualdade, imagina agora!
Para quem conhece a realidade do campo, não é difícil
perceber que em inúmeras propriedades da agricultura familiar, as mulheres são
responsáveis pela administração da casa e da terra.
De acordo com a publicação “Estatísticas de Gênero – Uma
análise dos resultados do Censo Demográfico 2010”, lançada em 2014 pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas são responsáveis
por quase 40% das famílias brasileiras, mas recebem cerca de 3/4 de rendimento
médio se comparadas aos homens mesmo estudando mais.
A taxa de atividade feminina (de mulheres trabalhando ou
procurando trabalho) é maior entre as urbanas, 56%, frente a 45,5% das mulheres
rurais. Isso indica uma subnotificação das atividades e uma representação de
que a produção para autoconsumo é desconsiderada trabalho. Entre as pessoas sem
rendimento, o maior peso estava entre as mulheres de áreas rurais (32,3%)
frente a 23,9% de urbanas.
FONTE: CONTRAF BRASIL
Nenhum comentário:
Postar um comentário