Na sexta-feira a
presidente Dilma Rousseff inaugura, em Cabrobó-PE, a primeira etapa de uma das
obras mais importantes da era dos governos petistas, a transposição das águas
do Rio São Francisco para o semiárido nordestino. O projeto, iniciado pelo
ex-presidente Lula em 2007, será a redenção hídrica de 12 milhões de pessoas
que anualmente enfrentam a falta d’água na estiagem, mesmo quando não há seca
grave. Com as águas correndo nos canais, Dilma pode começar a recuperar o apoio
perdido entre os nordestinos. No domingo, houve protestos em capitais
nordestinas, embora bem mais fracos que no eixo Rio-São Paulo-Brasília.
Quando
Lula lançou o projeto enfrentou o ceticismo dos opositores afirmando que o
projeto era inviável e não sairia do papel. Agora ele começa a virar
realidade. As obras sofreram atraso mas o governo promete concluí-las no ano
que vem. A transposição sangrará o São Francisco em apenas 1% do volume
de água que é despejado inutilmente no mar. Serão beneficiados os estados do
Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, nos quais se concentra o
polígono das secas, e um total de 390 municípios onde vivem 12 milhões de
habitantes. O custo inicial previsto foi de R$ 4,5 bilhões.
A
transposição das águas acontecerá através de dois grandes eixos, representados
por 402 km de canais cortados em terreno acidentado, em que muitas vezes foi
necessário dinamitar pedreiras e obstáculos. O eixo norte, com 402 km,
sai de Cabrobó, em Pernambuco, rumo aos estados da Paraíba, Ceará e Rio Grande
do Norte. É em Cabrobó que Dilma estará na sexta-feira. O eixo leste tem 220 km
de extensão e vai da usina de Itaparica (BA) até o rio Paraíba do Norte, na
Paraíba. E ainda haverá um canal de 70k, ligando Cabrobó ao Rio Ipojuca,
no agreste pernambucano.
Ao
longo dos canais existirão, quando a obra estiver totalmente pronta, 30
represas que guardarão água para períodos de estiagem ou para abastecerem os
canais mesmo quando as estações bombeadoras estiverem desligadas, economizando
energia. Serão nove estações de bombeamento, três no eixo Norte e seis no
eixo Leste, que darão impulso às águas nas regiões de maior aclive.
Apesar
dos atrasos, a viabilidade da obra está provada e só os insensíveis do Sul
maravilha podem ignorar o sentido que ela tem para o sofrido povo do semiárido.
Sentido que pode ser captado pelos gritos de alegria dos peões nordestinos que
aparecem no vídeo acima, no momento do primeiro teste em Cabrobó, na semana
passada. “Vai jurrar”, grita um deles. Assim mesmo, ele diz jurrar e não
jorrar, na variação nordestina da palavra. E as águas vão jorrando, quase
alcançando um grupo de peões que são instados a sair do leito do canal.
Uma cena emocionante. Veja o vídeo.
Isso
feito, o governo federal e os governos estaduais que tratem de revitalizar e
proteger o velho Chico, agora que ele matará a sede de mais gente.
FONTE: Brasil 247
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