A Assembleia dos Movimentos Sociais, constituída no Fórum Social Temático 2012, sobre justiça social e ambiental, convocou na tarde deste sábado (28), uma jornada de lutas das entidades a partir do dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Durante o encontro, foi aprovada uma carta assinada pelos movimentos que defende, entre outros pontos, a centralidade da luta por justiça ambiental em oposição ao modelo de desenvolvimento capitalista.
Segundo a organização do evento, a Coordenação dos Movimentos Sociais, cerca de 1.500 pessoas lotaram o auditório da Usina do Gasômetro, na margem do Rio Guaíba, em Porto Alegre (RS). Durante toda a assembleia 30 entidades, 20 nacionais e 10 internacionais, se revezaram na defesa de suas bandeiras e propostas por um outro mundo possível, lema do processo do Fórum Social Mundial.
Antes disso, na abertura, foram chamados Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Rosane Bertotti, coordenadora dos movimentos sociais e dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o cubano José Miguel, para compor a mesa.
“É um momento histórico, onde precisamos chegar a um consenso na luta pela soberania nacional. Viva a Assembleia dos movimentos sociais”, saudou Iliescu em seu discurso de abertura. Citando o texto do sociólogo Emir Sader, da Carta Maior, chamou a atenção para o processo pós fórum, que precisa se articular com as estruturas institucionais já existentes.
Em seu texto, Emir escreve: "O FSM hoje deveria ser um espaço para que os governos progressistas latino-americanos discutissem com os movimentos sociais dos diferentes países os problemas que tem enfrentado com óticas distintas, seja na Bolívia, no Equador, no Brasil, na Venezuela, no Uruguai, no Paraguai, para dar alguns exemplos".
Rosane Bertotti falou da importância de abrir mão das lutas específicas de cada movimento em torno da construção de algo maior, que é a luta contra o sistema capitalista hegemônico. “Essa carta é a base do que trouxemos de Dakar, reafirma os eixos já colocados do processo e inclui novos elementos das lutas de 2011”, declarou a cutista.
O encontro foi dividido em oito partes. Em uma delas, o lançamento do Primeiro Fórum Social Palestina Lvre, marcado para o dia 29 de novembro, também na Usina do Gasômetro. Quintino Severo, do Comitê Nacional de organização, e também da CUT, falou sobre o fim do preconceito.
“Precisamos derrubar o muro do preconceito, do Apartheid. Em novembro, no Fórum Social Palestina Livre, iremos mostrar aos imperialistas que queremos a Palestina livre”, afirmou Quintino.
João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST), foi nomeado
responsável para dar um panorama geral da conjuntura internacional. Ele alertou que os trabalhadores estão apáticos e que os movimentos tem uma grande responsabilidade nisso, no sentido de acordar a classe trabalhadora. "Nós ainda nprecisamos tirar os trabalhadores da apatia", exclamou. Para Stédile, o cerne da mobilização deve ir direto na produção do capital. “Se quisermos realmente derrubar o capitalismo temos que parar a produção.”
Outro desafio colocado na fala do dirigente do MST é o controle dos meios de comunicação. “A burguesia controla a população através da televisão. Precisamos enfrentar o problema dos meios de comunicação de massa”.
de Porto Alegre
Deborah Moreira
FONTE: Portal Vermelho