Exato um mês após a primeira denúncia que escancarou o conluio entre Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato, o site The Interceptpublicou nesta terça-feira (9) um áudio que enterra de vez qualquer suspeita de que as conversas privadas teriam sido adulteradas – como querem fazer crer os agora suspeitos agentes da Justiça.
Na mensagem de voz, o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, comemora decisão do ministro Luiz Fux (STF) ao proibir que Lula concedesse entrevista pouco antes do início das eleições presidenciais. A conversa aconteceu na mesma data, nas primeiras horas do dia 28 de setembro de 2018, logo após a imprensa noticiar que o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizara Lula a conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Na época, o departamento jurídico do diário reagiu com veemência ao chamar a decisão de censura prévia. “A decisão do ministro Fux é o mais grave ato de censura desde o regime militar. É uma bofetada na democracia brasileira. Revela uma visão mesquinha da liberdade de expressão”, disse Luís Francisco Carvalho Filho, advogado da Folha.
A reação dos procuradores foi imediata. Em um grupo no Telegram, os procuradores “imediatamente se movimentaram, debatendo estratégias para evitar que Lula pudesse falar. Para a procuradora Laura Tessler, o direito do ex-presidente era uma “piada” e “revoltante”, o que ela classificou nos chats como “um verdadeiro circo”. Uma outra procuradora, Isabel Groba, respondeu: “Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!””, conforme revela a reportagem do The Intercept.
Doze horas depois, Dallagnol enviou as seguintes mensagens: “URGENTE. E SEGREDO. Sobre a entrevista. Quem quer saber ouve o áudio”.
Escute o áudio:
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do The Intercept Brasil
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