Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (19) que, se o governo não puder impor algum filtro nas produções audiovisuais brasileiras, por meio da Agência Nacional do Cinema (Ancine), ele extinguirá a agência, informou O G1.
Caso sobreviva, Bolsonaro ainda não decidiu se a Ancine permanecerá como agência reguladora ou se passará a ser uma secretaria subordinada a ele. "Ligada a um ministério, não sei qual, se vai ser o do Osmar Terra [ministro da Cidadania] ou não", explicou.
Quem já perdeu espaço foi o Conselho Superior do Cinema, órgão responsável por elaborar a política nacional para o setor. Jair Bolsonaro reduziu pela metade a participação de representantes da indústria cinematográfica no conselho, de seis para três, e também reduziu a participação da sociedade civil no colegiado: de três para dois representantes.
Com isso, o governo passa a ter maioria na composição do conselho: serão sete ministros e cinco integrantes do setor e da sociedade civil. A mudança, por meio decreto, foi publicada na edição desta sexta-feira (19) do Diário Oficial da União, informa o G1.
Censura
Para o cineasta Bruno Barreto, a ameaça à Ancine trata-se de "censura". "No caso o que ele chama de filtro me parece censura, nem na época da ditadura militar isso ocorreu (...). Os projetos eram todos produzidos, depois havia censura, havia cortes, mas os projetos não deixavam de ser produzidos", lembra o cineasta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário