terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Boicotadas, mulheres fazem ato histórico em Porto Alegre

A Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre, cenário da Campanha da Legalidade comandada por Leonel Brizola em 1961, foi palco novamente, nesta terça-feira (23), de um grande ato que também entrará para a história do País.
 
Liderada por mulheres, a atividade reuniu cerca de 15 mil pessoas no centro da capital gaúcha, um dia antes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgar o recurso da defesa do ex-presidente Lula contra condenação do juiz Sérgio Moro.
 
As mulheres defenderam um julgamento isento de pretensões políticas, com respeito aos princípios básicos do Estado Democrático de Direito e não se intimidaram com o boicote ao ato, inicialmente previsto para ocorrer no auditório Dante de Oliveira da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que teve de ser deslocado para a rua devido a um apagão inexplicável justamente no horário previsto para início da atividade.
 
“Eu não tenho dúvidas de que hoje escrevemos mais um capítulo na história da luta pela democracia no Brasil. A vontade de transformação do país pulsa em cada uma de nós presentes aqui em Porto Alegre”, declarou, emocionada, a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.

“Temos a certeza de que a democracia é um princípio fundamental, sem ela não teremos direitos. As trabalhadoras e os trabalhadores perderão muito sem o estado de direito”, afirmou Carmen.

“Garantir o direito de Lula ser candidato nas eleições deste ano é garantir a democracia em nosso país, por isso estamos aqui”, concluiu a dirigente.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Martins Batista, o boicote, que deixou os participantes por mais de 30 minutos no escuro e fez as pessoas se deslocarem do auditório para a rua, favoreceu o movimento, que juntou uma multidão na Praça da Matriz.
 
“As mulheres são resistência. A falta de luz não apagou a luz da manifestação que clamou pelo restabelecimento da democracia em nosso País e exigiu do judiciário brasileiro o respeito ao direito das mulheres votarem no ex-presidente Lula”, destacou Juneia. 

Não existe plano B, diz Dilma
A presidenta legitimamente eleita com 54 milhões de votos, Dilma Rousseff, reafirmou durante o ato que a condenação do ex-presidente Lula em primeira instância tem caráter golpista, cujo objetivo é claro: tirar Lula, o candidato preferido pelo povo, das próximas eleições.
 
“Alega-se que ele recebeu um tríplex que não está no nome dele. A defesa mostrou que esse apartamento estava registrado em nome da construtora OAS, que tinha dado o imóvel como garantia numa operação financeira com o banco. Ou seja, Lula é condenado por um imóvel que uma juíza deu para outra pessoa. Se isso não for perseguição política, não sei mais o que é”, enfatizou Dilma.
 
“Haja o que houver neste julgamento, com apoio de vocês, Lula será candidato. Não existe plano B. Quanto mais tentam destruírem a imagem do presidente, mais ele cresce nas pesquisas. Mais de 40% querem Lula presidente em 2018”, comemorou.
 
Segundo Dilma, se o projeto neoliberal em curso no País, com a aprovação da reforma Trabalhista, da terceirização irrestrita, da Emenda Constitucional que congela os investimentos sociais por 20 anos, fosse submetido ao processo eleitoral, jamais Temer e seus aliados golpistas ganhariam nas urnas.
 
“Nunca seriam eleitos em uma eleição direta se assumissem publicamente que privatizariam a Previdência, acabariam com a Petrobras e outras empresas estatais, que abririam a venda das terras brasileiras aos estrangeiros. Para fazer isso, era preciso do golpe”, afirmou Dilma.

A ex-ministra de Políticas para Mulheres dos governos Lula e Dilma, Eleonora Menecucci, falou emocionada que “precisamos recuperar a democracia porque sem democracia não há igualdade”, se referindo aos direitos das mulheres conquistados nos governos democráticos e populares de Lula e Dilma e que foram extintos com o golpe.
 
“Não há democracia sem eleições. Não há democracia sem o presidente Lula”, finalizou Eleonora.

Foto: Érica Aragão
Mulheres da CUT em POA 

“Nem recatada e nem do lar, a mulherada está na rua para lutar”, diziam as mulheres da CUT durante caminhada ao local do ato, que contou com a participação de dirigentes da direção executiva da CUT, entre elas, Graça Costa, secretária de Relações do Trabalho; Rosane Bertotti, secretária de Formação; Jandyra Uehara, secretária de Políticas Sociais; Madalena Margarida da Silva, secretária de Saúde do Trabalhador; Rosana Souza, secretária-adjunta de Combate ao Racismo; e Virginia Berriel, diretora executiva.

Fonte: CUT

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