O comitê científico estadual recomendou neste domingo (27) ao Governo do Estado a suspensão da terceira fase da retomada das atividades econômicas no Rio Grande do Norte, prevista para acontecer a partir de quarta-feira (29). O mais recente boletim elaborado pelo grupo registrou mais de 110 municípios com taxa de transmissibilidade do Coronavírus acima de 1 RT, valor considerado limite por cientistas para dar segurança à população numa eventual reaberturado comércio. Dessa soma, 44 cidades apresentaram RT acima de 2.
Na prática, 1 RT significa que uma pessoa tem potencial de transmitir o vírus para, no máximo, outra pessoa.
“As taxas de transmissibilidade (Rt) mais recentes do RN e dos municípios de Natal, Parnamirim e de Mossoró têm apresentado instabilidade, portanto não é possível identificar qual será a tendência para as próximas semanas”, diz o boletim.
O comitê científico estadual foi criado pelo Governo do Estado e tem caráter consultivo. As recentes aglomerações registradas na praia de Ponta Negra e as filas nas agências para o pagamento do auxílio-emergencial do Governo Federal foram citadas também como fatores de risco, bem como a antecipação de etapas do processo de retomada por alguns municípios, como a reabertura de shoppings sem ar-condicionado antes das confirmações dos casos e consolidações dos dados epidemiológicos.
O comitê também sugere que o Estado amplie o intervalo entre as fases da reabertura comércio para 15 dias como forma de avaliar tendências tomando por base a data de primeiros sintomas. Atualmente, o periodo entre uma fase e outra é de apenas uma semana.
Os especialistas que integram o comitê científico do Estado também são categóricos ao afirmar que o retorno às aulas presenciais neste momento “irá impactar de maneira significativa na taxa de isolamento social e que isso poderá implicar diretamente no aumento de novos casos”, escreveram.
Nesta segunda-feira, em entrevista à imprensa local, o secretário de Estado da Educação Getúlio Marques afirmou que a decisão de retorno ou não às aulas presenciais a partir de 17 de agosto será tomada até sexta-feira e que a palavra final seria dada pelo comitê científico estadual.
Leitos
Apesar da queda de internações dos leitos críticos no Estado, o comitê aponta que ainda não há segurança para confirmar uma tendência e sugere um monitoramento em até 14 dias para consolidar a avaliação:
– É seguro afirmar que não há uma folga expressiva quanto a disponibilidade de leitos críticos, principalmente em virtude do processo de retomada gradual, o que poderá implicar em mais demandas assistenciais. Aparentemente, os resultados apresentam-se como bons quando se trata da redução na pressão por leitos de UTI covid-19, todavia, este é um momento de muita cautela, prudência e monitoramento contínuo. Neste momento, 26 de julho de 2020 a taxa de ocupação de leitos críticos para covid-19 está abaixo de 80% em todas as regiões, todavia também é preocupante a variação nas taxas de transmissibilidade, fator que poderá implicar em mudanças neste quadro que atualmente está aparentemente mais “confortável” no âmbito assistencial, por isso faz-se necessário o monitoramento deste indicador até que o mesmo se apresente como sustentável por pelo menos mais 7 ou 14 dias”, dizem.
Fonte: Agência Saiba Mais
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