Em um ano, o governo de Jair Bolsonaro excluiu do programa Bolsa Família um milhão de famílias. A cobertura, que chegou a 14,3 milhões de famílias no primeiro semestre de 2019, caiu para 13,5 milhões em setembro. A expulsão dessas famílias ocorreu no mesmo período em que a situação econômica do país caminhou ainda mais para trás e a vulnerabilidade social aumentou.
“Em 2019 voltamos ao patamar de nove anos atrás, de 2010. Só que hoje a economia vai mal, o desemprego é o dobro do que era há 9 anos, com muita precarização. Nesse cenário, um milhão de famílias que se enquadram nos requisitos do programa estão fora, tentando entrar”, afirma a ex-ministra do Desenvolvimento Social, a economista Tereza Campello.
Na sua avaliação, com as mudanças anunciadas hoje (9), dia em que o Bolsa Família completa 16 anos, o governo pretende aumentar a exclusão de famílias. “Excluir ainda mais a população pobre ainda mais empobrecida, que está sem trabalho, fazendo bico, com a comida mais cara. Estamos falando de tirar dessas famílias R$ 190, o que faz muita falta. O que é preciso é criar empregos”.
A ex-ministra chama a atenção também para o fim de programas articulados com o Bolsa Família, como o programa de aquisição de alimentos, para construção de cisternas e o Pronatec, que permitiam a emancipação de muitas famílias.
“Desde o governo de Michel Temer o ministro Osmar Terra falava que havia zerado a fila de ingresso no programa, sem mostrar os números”, ressaltou.
Fome Zero
Em 9 de janeiro de 2004, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 10.836/2004, que criou o Bolsa Família – maior programa de transferência de renda do mundo. O programa é resultado de debates com sociedade civil, ativistas e especialistas, a partir da experiência do programa Fome Zero.
Até o final de 2014, foram atendidas 14 milhões de famílias, o que permitiu retirar da miséria 36 milhões de pessoas. Em 2014, 75% dos beneficiados foram inseridos no mercado de trabalho, e 1,69 milhão de famílias procuraram voluntariamente os centros de referência em assistência social para abrir mão do benefício, pois já teriam elevado sua renda.
Fonte: Brasil 247
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