Depois do golpe, ricos
ficaram mais ricos e pobres ainda mais pobres, aponta Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16).
De acordo com
a pesquisa, o rendimento médio mensal do 1% mais rico da população brasileira
foi 40 vezes maior do que o dos 50% mais pobres, em 2018, ano em que a
desigualdade de renda no Brasil bateu recorde da série histórica da Pnad
Contínua, iniciada em 2012.
Isso
significa que, considerando todas as fontes de renda, a metade mais pobre da
população, quase 104 milhões de brasileiros, vivia com apenas R$ 413 mensais,
enquanto o 1% mais rico, 2,1 milhões de pessoas, tinha renda média de R$ 16.297
por pessoa.
O recorde da
pesquisa que leva em consideração apenas a renda obtida por meio do trabalho
mostra que os mais ricos (1%) recebiam 33,8 vezes o salário dos 50% mais
pobres. Os maiores rendimentos foram de R$ 27.744 mensais contra, em
média, R$ 820, menos que o salário mínimo em vigor no ano recebido pelos mais
pobres. A diferença foi a maior da série histórica da pesquisa.
Pobreza extrema
Cinco por
cento dos brasileiros, 10,4 milhões de pessoas, sobrevivem com R$ 51 mensais,
em média. Outros 30%, 60,4 milhões de pessoas, com R$ 269.
A renda
domiciliar per capita dos 5% mais pobres caiu 3,8% entre 2017 e 2018,
enquanto a da fatia mais rica (1% da população) cresceu 8,2%.
O Índice de
Gini da renda domiciliar per capita – medida de desigualdade de renda
numa escala de 0 a 1, em que quanto mais perto de 1 maior é a desigualdade -
subiu de 0,538 em 2017 para 0,545 em 2018, o maior já registrado pela
pesquisa.
Para Maria
Lucia Vieira, gerente da Pnad, o que contribuiu para o aumento da desigualdade
foi a crise econômica e o consequente desemprego que afetou especialmente o
extrato de trabalhadores
O índice de
Gini da renda do trabalho também registrou piora na passagem de 2017 para 2018,
subindo de 0,501 para 0,509 no período, o patamar mais elevado da série.
Fonte: CUT
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