A postura antidemocrática de Jair Bolsonaro nas instituições e órgãos do País tem gerado crises e ameaças de demissões coletivas. Depois da Polícia Federal, corporação que o presidente assegurou ser 'ele quem manda' e anunciou uma troca na superintendência no Rio de Janeiro, é a vez de uma crise na Receita Federal.
Seis subsecretários do órgão ameaçam entregar seus cargos, possivelmente em efeito cascata, junto a outros chefes da alta administração, segundo reportagem do Estado de S.Paulo. O motivo: ameaça de interferência de Bolsonaro, que quer fazer indicações políticas no Rio de Janeiro e em outros postos-chave.
A crise se agravou com o recente episódio envolvendo o secretário especial da Receita, Marcos Cintra - que pode deixar o cargo. Cintra pediu ao superintendente no Rio, Mário Dehon, a troca de delegados chefes de duas unidades no Estado – a Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí e da Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro II, na Barra da Tijuca. O pedido teria partido de familiares de Bolsonaro.
"A Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí é estratégica no combate a ilícitos praticados por milícias e pelo narcotráfico em operações no porto, que incluem contrabandeado, pirataria e subvaloração de produtos", lembra a reportagem do Estado. Dehon, que se recusou a nomear o indicado do Planalto, está agora com o cargo ameaçado.
“Independentemente de quem tenha feito ou qual seja o ‘pedido’, tentativas como essa de interferência política no órgão são absolutamente intoleráveis, típicas de quem não sabe discernir a relevância de um órgão de Estado como a Receita Federal”, reagiu o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) na noite desta sexta-feira 16. “A possível exoneração de um superintendente por tal razão é algo jamais visto”, acrescentou a entidade.
Fonte: Brasil 247
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