Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (31) aponta que a maioria dos brasileiros quer a proibição da posse de arma de fogo no país, indo na contramão de uma das principais propostas defendidas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
De acordo com o levantamento, o número de pessoas contrárias à liberação da posse aumentou desde outubro, quando foi realizada a última pesquisa do instituto: à época, quando o assunto estava em voga durante a campanha presidencial, 55% da população se dizia contra a liberação das armas. Este número agora é de 61%.
Os novos dados vêm apenas três dias após Bolsonaro anunciar que baixaria um decreto para facilitar a posse de arma, flexibilizando o Estatuto do Desarmamento.
A pesquisa Datafolha mostrou ainda que o número de brasileiros favoráveis à posse de arma de fogo diminuiu de 41% em outubro para 37% em dezembro.
Recortes
O estudo divulgado nesta segunda-feira (31) apresenta ainda recortes de gênero, educacional, social e de região.
Segundo o Datafolha, mulheres representam a maior rejeição com relação à posse de armas: 71%. Entre os homens, 51% são contrários à liberação.
No recorte educacional, os números são: 41% dos entrevistados com ensino superior são favoráveis à posse, ao passo que o índice é de 34% entre os que têm somente o ensino fundamental.
Os mais ricos, de acordo com a pesquisa, tendem a ser mais favoráveis à posse de arma de fogo. Entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos, 32% defendem a posse de armas. Já entre pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos, esse percentual sobe para 54%.
Com relação à região, o Nordeste representa a maior rejeição à posse: apenas 32% a favor da liberação de armas. No Sul, este número salta para 47%.
Campeão mundial
Mesmo com as restrições impostas pelo Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003 no primeiro mandato do ex-presidente Lula, o Brasil é, atualmente, o país onde mais pessoas são mortas por arma de fogo.
De acordo com um estudo da Global Burden Disease, órgão da Organização Mundial da Saúde, somente em 2016 43,2 mil pessoas morreram vítimas de disparo de armas no país – número maior até mesmo que nos Estados Unidos, onde as restrições para a compra de armas são menores.
Fonte: Revista Fórum
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