“Ele é inocente”.
Conclui a advogada da equipe de defesa do
ex-presidente Lula em sua participação no “Ato Internacional de Solidariedade
dos Trabalhadores e das Trabalhadoras pela libertação do ex-presidente Lula”,
que aconteceu em Genebra, no fim da tarde desta quinta-feira (31).
“Ele sempre fez questão de dizer para seus
advogados de defesa de sempre recorrer livremente de todas as violações e
ilegalidades, porque ele nunca teve nada a esconder. Ele é hoje um homem
prisioneiro político porque é inocente e está muito indignado, como qualquer
cidadão, vítima de uma injustiça. Ele é consciente do momento que está vivendo
e está muito chocado”, disse Valeska emocionada no fim da sua participação na
atividade.
Mais de 150 sindicalistas, trabalhadores e
trabalhadoras de dezenas de países de todos os continentes, que estão
participando da 107ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada em
Genebra, na Suíça, marcaram presença no “Ato Internacional de Solidariedade dos
Trabalhadores e das Trabalhadoras pela libertação do ex-presidente Lula" e
todos ouviam atentamente a explicação sobre o processo da prisão política de
Lula dada pela advogada da equipe de defesa do ex-presidente , Valeska
Teixeira.
Durante o ato, um coro de “Lula livre” interrompeu
a atividade.
CLAIR SIOBHAN RUPPERT
Com tom de indignação, Valeska contou várias
histórias de perseguição política do Juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. A prisão
coercitiva, com a invasão no apartamento dele, dos filhos, noras e netos e
levou várias coisas que até hoje nunca devolveu, as divulgações ilegais de
gravações dos advogados de defesa, a prisão política de Lula, com provas de
inocência e com nenhuma certeza sobre a história do apartamento no Guarujá.
“É um juízo e tribunal de exceção que nenhum lugar
do mundo permitiria. Esse é um ambiente que o ex-presidente Lula está sendo
julgado”, denunciou Valeska.
Esperança
Valeska comemorou a decisão do Comitê dos Direitos
Humanos da ONU, que advertiu o governo brasileiro que nenhum cidadão poderá
sofrer a cassação dos seus direitos políticos sem que tenha precedido por um
julgamento justo. A decisão admite julgar um mérito do artigo 25 referente ao
um processo justo, independente e imparcial.
“O que coloca na verdade uma grande dúvida sobre
como o jurista Sergio Moro poderá continuar conduzindo os processos
relacionados ao ex-presidente sem causar danos ao Lula”, disse Valeska, que
destacou a importância da decisão: “a decisão assegura a todo cidadão o direito
de votar e ser eleito sem restrições infundadas”.
Sobre o Ato Internacional em Defesa da liberdade do
ex-presidente Lula
O auditório da casa Internacional das Associações,
lugar usado por movimentos populares, em Genebra, ficou lotado de
sindicalistas, trabalhadores e trabalhadoras de todos os continentes.
A organização do Ato Internacional de Solidariedade
ao ex-presidente Lula foi feita por representantes de todas as seis centrais
sindicais brasileiras, CUT, CSB, CTB, Força Sindical, Nova Central Sindical do
Trabalhador (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).
“A unidade das centrais é muito importante para o
fortalecimento da retomada da democracia. A atividade foi para esclarecer o
processo jurídico do ex-presidente Lula e dizer a importância da criação de
comitês no mundo para explicar o que de fato está acontecendo com Lula”, disse
o secretário de Relações Internacionais, Antônio Lisboa.
CLAIR SIOBHAN RUPPERT
Lisboa disse animado que o ato foi muito
representativo com gente de todos os continentes e destacou sobre a vinda da
advogada da equipe jurídica de Lula, Valeska Teixeira.
“Por mais que as pessoas já não tenham mais dúvida
com o que acontece com o Brasil e com o ex-presidente Lula sempre é bom mais
esclarecimentos. Isso serve para indignar as pessoas e coloca-las em movimento.
Eu acredito que a partir de agora vários outros comitês serão lançados”,
destacou o secretário da CUT.
Lisboa se refere sobre outro objetivo do encontro.
“Aqui foram criados vários comitês em defesa do Lula pelo mundo e a gente quer
multiplicar ainda para que as informações sobre o verdadeiro acontecimento
jurídico nos casos do ex-presidente Lula cheguem para todos e todas”, explicou
ele.
A secretária Nacional da Mulher Trabalhadora,
Junéia Batista, ficou contente em ver trabalhadores do mundo ouvindo a
declaração da advogada que a mídia brasileira não conta. E sobretudo deles
terem entendido que “é Lula livre e que ele tem direitos de participar da
eleição”.
“A coisa importante de sentir é o apoio dos brasileiros
que estão fora do Brasil, trazendo mais pessoas da região para apoiar o direito
de Lula. Super importante esse apoio e o lançamento de vários comitês na Europa
e América Latina, temos que continuar ter esperança para ter eleições com Lula
Livre e Lula Presidente”, disse Junéia.
Centrais Sindicais Internacionais também saem
indignadas
Victor Baez, secretário geral da Confederação
Sindical das Américas (CSA) disse que Lula está sofrendo práticas de ditadura.
“É uma perseguição política contra Lula, que
levantou um país que foi referência de todos os países do mundo. Tirou 40
milhões de pessoas da pobreza, o Brasil era um país de referência”, falou
emocionado Victor.
Marita Lorenz da Central de Trabalhadores da
Argentina (CTA) disse a importância dos comitês Lula Livre e a unidade das
centrais, dos partidos progressistas e o movimento sindical unidos na campanha
"Lula Livre".
“O PT está sofrendo um ataque político para não ter
candidato, porque começou com a retirada da presidenta eleita democraticamente
do poder e não querem que Lula ganhe a eleição. Seguiremos em luta por Lula
Livre”, finalizou Marita.
O diretor da Central de Trabalhadores da
Argentina (CTA), Pedro iniciou sua fala citando inúmeras políticas de Lula e
chamou o governo do sindicalista Lula de Fenômeno, “Nós argentinos nos baseamos
muito na história das lutas do Lula no ABC na década de 70, quando estávamos na
ditadura militar. Lula foi condenado por construir coisas diferentes. Estamos
seguros que o resultado disso tudo será positivo e vamos ter um governo popular
na reconstrução do Brasil”, afirmou o sindicalista da Argentina, Pedro.
Fonte: CUT
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