A vaca subiu no telhado. Como evidenciaram as gravações feitas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e delator da Lava Jato, a solução Michel Temer foi para barrar as investigações e pôr fim ao que o senador Romero Jucá (PMDB) chamou de "sangria".
O cerco se fechou e Sérgio, considerado um dos operadores do esquema de propinas da cúpula do PMDB, resolveu gravar e delatar. Apesar da grande mídia atuar como bombeiro, o efeito imediato foi a queda de três ministros do governo provisório. Todos ligados diretamente a Michel Temer.
Sentindo que a vaca que está no telhado pode cair sobre as suas cabeças, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em um discurso a empresários de São Paulo, resolveu fazer um apelo e defendeu que a operação Lava Jato seja caminhada “rumo a uma definição final”, isto é, que ela acabe antes que eles acabem fora do governo.
“Tenho certeza que os principais agentes da Lava Jato terão a sensibilidade para saber o momento em que eles deverão aprofundar ao extremo e também de eles caminharem rumo a uma definição final. Isso tem que ser sinalizado porque vimos na Itália, onde não houve essa sinalização, e tiveram, depois do grande benefício que veio, efeitos deletérios que nós não podemos correr o risco aqui”, disse Padilha, que é braço direito de Temer.
Na saída do evento, o ministro provisório tentou, sem sucesso, minimizar a declaração. “O que eu disse é que tenho certeza que as autoridades da Lava Jato saberão o momento em que deverão pegar, aprofundar e apontar tudo que deve apontar e pensar em concluir. Eu vi e li o que aconteceu com a Operação Mãos Limpas na Itália. Todos eles conhecem tanto quanto eu. Temos que fazer com que tenhamos o melhor resultado possível. Esse é o sentido de apontar quem é culpado e quem não é. Não teve outro significado”, afirmou.
Feitiço virou contra o feiticeiro
Além da delação de Sérgio, Temer também está preocupado com a cobrança das promessas que fez aos seus correligionários. Para emplacar o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff, a cúpula do PMDB liderada por Temer abriu o balcão de negócios, prometendo o que tinha e o que não tinha para assimir o poder.
A chantagem que a presidenta Dilma sempre denunciou agora é vivida por Temer, ou seja, o feitiço virou contra o feiticeiro. Segundo nota publicada na coluna do jornal Estadão, a bancada do PMDB na Câmara está reclamando de falta de espaço no governo.
"Deputados dizem que Temer privilegiou o Centrão e reservou cargos de segundo e terceiro escalões para o Senado, com a intenção de garantir a aprovação do impeachment. Um peemedebista ligado ao governo e que conhece bem os deputados alerta que o Planalto tem, no máximo, 30 dias para atender a bancada. Caso contrário, pode haver rebelião", diz a nota.
Do Portal Vermelho, com informações de agências
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