"Não deixaremos o impeachment passar neste país, porque a consciência democrática se levantou”, diz a deputada Jandira Feghali
O resultado registrado nesta segunda-feira (11) na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o pedido de impeachment da presidenta, Dilma Rousseff, mostra que não há votos suficientes para afastá-la do cargo. Ao todo, foram 38 votos a favor do relatório que recomenda a abertura do processo contra Dilma e 27 contrários.
Os parlamentares contra o impeachment que integram a comissão já esperavam que o relatório fosse aprovado, mas os números estão longe dos dois terços necessários no plenário. “O resultado mostra que os defensores do golpe vão ficar bem longe dos dois terços que precisam ter para aprovar o impeachment no plenário”, afirmou o deputado federalHenrique Fontana (PT-RS).
Em seu discurso no ato “Lula com Artistas”, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou que o resultado “não quer dizer nada”.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) se disse confiante após o resultado na comissão. “Ao contrário do que a oposição golpista avaliava, não foi uma avalanche de votos pró-impeachment, mesmo em uma comissão montada e comandada, na prática, por Eduardo Cunha”, afirmou o senador.
“Iniciou-se a contagem regressiva da luta política. Aqui, no Rio, dezenas de milhares de pessoas se mobilizam para barrar o golpe, na contramão das conspirações da direita sem voto que manobra nos bastidores para dar uma quartelada sem farda. Não vai ter golpe!”, disse.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) avalia que cresce a consciência democrática no país. “Eles não alcançarão os dois terços no plenário. Nós não deixaremos o impeachment passar neste país, porque a consciência democrática se levantou”, afirmou. “Hoje, o Brasil inteiro clama por democracia, pelo Estado Democrático de Direito. Não queremos retrocesso, queremos liberdade, democracia e avanços no Brasil.”
A Mesa da Câmara dos Deputados tem agora 48 horas para começar a votar o pedido de impeachment, formulado sem base legal. A previsão é a de que o processo comece na próxima sexta-feira (15) e se estenda até o domingo (17).
Durante os debates na comissão, o caráter golpista do pedido de impeachment ficou evidente, pela falta de sustentação jurídica a favor do relatório.
Nesta segunda-feira (11), o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, lembrou aos parlamentares que suas condutas serão julgadas pela História caso sustentem a concretização do golpe. “A História não perdoa as violências contra a democracia. A história não perdoará no Brasil a aprovação desse relatório”, afirmou Cardozo. “Essa violação jamais fará surgir um governo com legitimidade.”
Da Redação da Agência PT de Notícias
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