terça-feira, 8 de outubro de 2013

Dilma diz querer que o povo tenha o mesmo atendimento médico que o seu

Dilma e Ratinho conversam no Palácio da Alvorada
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / Divulgação

A presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista veiculada na noite desta segunda-feira no Programa do Ratinho, no SBT, que tem "uma imensa esperança" de que o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) "melhore substancialmente" com o programa Mais Médicos. Em tom descontraído, Dilma afirmou que gostaria que a população brasileira tivesse o mesmo atendimento médico que ela tem.
"Nós vamos fazer um grande esforço para transformar essa questão. Eu acho que o Mais Médicos não resolve toda a questão da saúde. Nós ainda temos que fazer um grande esforço, aumentando toda a infraestrutura. Agora, não adianta você ter os locais, os equipamentos, e não ter médicos", disse a presidente.
Segundo a presidente, o Mais Médicos supre uma carência da atenção básica, o que permitiria uma resposta melhor às principais enfermidades do Brasil. "Eu não sei se você sabe, Ratinho, mas 80% das doenças mais frequentes no Brasil, como diabetes, pressão alta, asma, bronquite e diarreia, são doenças que você pode atender na atenção básica, no posto médico", disse.
Protestos
Na opinião da presidente, a viabilização do programa Mais Médicos é uma consequência direta dos protestos populares de junho, assim como a destinação dos royalties do pré-sal para a educação. "Essa força das manifestações levou a gente a ter várias conquistas hoje. Nós fizemos aqueles cinco pactos. Dificilmente sem as manifestações de junho nós teríamos conseguido os royalties para a educação. Eu já tinha enviado ao Congresso duas vezes, e nós conseguimos (após os protestos). Nós não teríamos conseguido, de uma forma tão rápida, estruturar e agora conseguir aprovar o Mais Médicos", citou.
Assim como em entrevistas anteriores, Dilma avaliou que os protestos de junho foram uma manifestação de ampliação das conquistas sociais já garantidas pelo seu governo e pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu vi as manifestações nas ruas, de junho, com uma visão muito positiva. Acho que fazem parte do processo de democracia e de inclusão social do Brasil. Não vi os manifestantes em nenhum momento pedindo para voltar ao passado. (...) Eu acho que elas têm um sentido positivo: num País que teve a maior transformação na última década, o que eu acho que as manifestações queriam era mais avanços", disse.
Copa do Mundo
Durante a entrevista a Ratinho, Dilma foi questionada sobre as críticas aos altos gastos com a realização da Copa do Mundo, principalmente na construção dos estádios que sediarão o evento. Segundo a presidente, o governo federal não aplicou recursos próprios nos estádios, abrindo apenas uma linha de crédito de R$ 400 milhões para o financiamento de cada um dos 12 estádios.
Os maiores investimentos federais, de acordo com Dilma, foram feitos em obras de mobilidade, de segurança e de telecomunicações, que ficarão como legado do evento. "É como quando você dá uma festa na sua casa. Você arruma a casa. Depois os convidados vão embora, mas você fica com tudo aquilo", comparou a presidente.
Dilma também avaliou ser necessária uma campanha de conscientização da população sobre a importância do evento para o País. "A Copa é um valor que nós temos. Nós temos que saber que ele é importante, para mostrar o Brasil para o mundo", disse a presidente, lembrando de um episódio insólito na reunião dos líderes dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). "Na reunião dos Brics, a primeira coisa que os presidentes me perguntaram foi se eu ia convidá-los para assistir à Copa", disse Dilma.
Espionagem
Questionada sobre a relação com os Estados Unidos após as denúncias de espionagem, a presidente negou que esteja "brava" com Barrack Obama, mas explicou os motivos que a levaram a recusar o convite americano para a visita oficial. "Não é uma questão pessoal com ele (Obama). O que eu falei na ONU, eu tinha falado com ele", afirmou Dilma.
"O Brasil queria, primeiro, desculpas pelo que tinha acontecido. E, segundo, queria um compromisso de que não se repetiria. Como ele não se sentiu em condições de fazer isso, eu disse que não tinha condições políticas de fazer uma visita de chefe de Estado aos Estados Unidos", completou.
FONTE: TERRA

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