Cerca de 93% das unidades que captam água da chuva para que famílias utilizem na lavoura e na criação de animais durante o período da seca foram construídas nos últimos quatro anos
Mais de 112 mil agricultores do Semiárido já receberam reservatórios de água para plantar e criar animais por meio do Programa Água para Todos, do governo federal. Cerca de 93% das unidades que captam água da chuva foram entregues nos últimos quatro anos, o que abriu novas oportunidades para famílias que não tinham como produzir devido à estiagem.
As tecnologias sociais de produção – de baixo custo e fácil utilização – integram a estratégia do Plano Brasil Sem Miséria de inclusão produtiva rural dos agricultores mais pobres do Nordeste e do norte de Minas Gerais. Além dos reservatórios, os agricultores podem ter acesso à assistência técnica especializada, a recursos para investir nas propriedades e à energia elétrica, e contam com o apoio à comercialização da produção, por meio de compras públicas e privadas.
Para o período de 2011 a 2014, o Brasil Sem Miséria estabeleceu a meta ambiciosa de entrega de 76 mil tecnologias de água para produção no Semiárido – marca alcançada no mês de outubro. Até janeiro deste ano, mais de 105 mil reservatórios foram construídos na região.
O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, lembra que, com as metas do programa cumpridas com sucesso, outros desafios se apresentam na região.
“As tecnologias de água para produção são prioridade do Água para Todos. Temos que avançar mais na construção desses reservatórios e integrar essa ação a outras políticas de apoio à agricultura familiar, como assistência técnica rural, fomento, crédito e acesso aos mercados, tornando mais efetiva e sustentável a inclusão das famílias.”
A diretora do departamento de Fomento à Produção e à Estruturação Familiar do MDS, Francisca Rocicleide da Silva, destaca que a construção das tecnologias contribui para o aumento de indicadores sociais e econômicos no Semiárido. “Os agricultores familiares recebem assistência técnica e têm um bem, que é a cisterna, capaz de armazenar 52 mil litros de água para produção. Além disso, eles garantem o sustento da própria família e também podem comercializar o excedente, gerando renda.”
Segundo Rocicleide, o aumento na oferta foi possível graças à ampliação dos parceiros e da articulação com todos os órgãos do governo federal envolvidos com o tema da água e também em razão de melhorias na gestão do programa, com o estabelecimento de metas claras e monitoramento constante das ações.
O Água para Todos é uma parceria do MDS, Ministério da Integração Nacional, que o coordena, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Ministério do Meio Ambiente, da Fundação Banco do Brasil, da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As ações são executadas em parceria com estados, consórcio públicos, entidades privadas sem fins lucrativos e bancos públicos, como o Banco do Nordeste.
Para ter acesso ao reservatório que auxilia na captação da água da chuva para a produção, a família precisa participar do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, além de já ter recebido cisterna para o consumo humano.
Água para beber – O governo federal entregou, entre 2011 e janeiro deste ano, mais de 1,1 milhão de cisternas para captação de água da chuva no Semiárido. As tecnologias proporcionam melhores condições de saúde para as famílias, além de reduzir o tempo e o esforço gastos nos deslocamentos para obtenção de água. Os reservatórios têm capacidade para 16 mil litros e possibilitam que uma família de cinco pessoas possa conviver com a estiagem por até oito meses.
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