As mulheres decidiram ir as ruas na semana do 8 de março para denunciar as ameaças a nossa soberania ambiental com a aprovação do novo Código Florestal defendido pela bancada ruralista.
O verdadeiro objetivo econômico que está por trás das mudanças do código são:
a) Os ruralistas precisam anistiar as suas dívidas com os crimes ambientais, que somente em multas chegam a R$ 8 bilhões. Apenas 1% haviam pagado. Por um decreto do governo, essas dividas iriam para a Serasa e, portanto, esses fazendeiros (entre eles 27 deputados federais) não poderiam acessar crédito e recursos públicos.
b) O limite de Reserva Legal de 80% para Amazônia e 35% para Cerrado é uma barreira legal para impedir que o capital se expanda nessas fronteiras agrícolas eincorpore para exploração de grãos e da pecuária. Sem vetos, eles conseguirão alcançar seus objetivos, com a liberação que todas as propriedades até 4 módulos (por tanto 400 hectares na Amazônia e 240 no Cerrado).
Os principais problemas do texto aprovado no Senado são:
•Anistia 1: Anistia os desmatamento em beiras de rios e nascentes ocorridos até julho de 2008, obrigando a recuperação de apenas metade das áreas que hoje deviam estar conservadas;
•Anistia 2: Anistia o plantio de lenhosas como eucalipto e pinus em áreas com inclinação maior de 45° e topos de morros. Essa anistia é muito diferente da reivindicação da agricultura camponesa, que é a manutenção de espécies como maçã, uva e café, que possuem ciclo muito mais longo;
•Anistia 3: • Anistia todo o desmatamento nos mangues, feitos principalmente pela carcinicultura e pelos megaempreendimentos turísticos;
•Anistia 4: Anistia o desmatamento de Reserva Legal até 2008 para todos os imóveis com até quatro módulos. Ou seja, inúmeros médios e grandes proprietários que possuem várias matriculas de até 4 módulos fiscais dentro do seu estabelecimento serão beneficiados;
•Anistia 5: A Reserva Legal desmatada poderá ser recomposta com até 50% de espécies exóticas, aumentando os desertos verdes de eucalipto e pinus.
Vamos enviar uma carta à presidenta Dilma Rousseff para exigir o veto das mudanças no Código Florestal, aprovadas na Câmara e no Senado. Mas para que possamos obter vitórias e defender a natureza ameaçada, precisamos de toda força popular para barrar esse projeto de morte.
As florestas e os povos gritam. Nós precisamos ecoar o grito: salve a nossa biodiversidade, salve vida no campo!
O povo brasileiro e as mulheres dizem não as mudanças no Código Florestal e exigem que a presidenta Dilma vete a proposta!
FONTE: MST